Aberta na Alesc exposição “Não cale a sua voz!”, sobre violência contra a mulher

Está aberta na Assembleia Legislativa, até o dia 19 de dezembro, a exposição “Não cale a sua voz!”. A mostra retrata, por meio de fotografias, mulheres vítimas de violência doméstica, obstétrica e política, além de importunação e assédio sexual.

As imagens foram feitas em uma casa de acolhimento e evidenciam as marcas das agressões sofridas por elas. Também foram fotografadas as mulheres que já saíram das instituições e seguiram suas vidas.

Idealizadora da iniciativa, Anna Paula Nienkötter, é palestrante e coordenadora de um projeto que ajuda mulheres a saírem do ciclo de violência. “Sou voluntária há dois anos em uma casa de acolhimento de Florianópolis e encontrei mulheres totalmente destruídas. Estes espaços de acolhimento fazem um trabalho maravilhoso, dando oportunidade a estas mulheres de se resignificarem, mas há muita dor, e elas perceberam que é importante não se calarem e quiseram participar desse projeto, sendo fotografadas mesmo na dor, para impactar a sociedade sobre este problema”.

Conforme o fotógrafo responsável pelos quadros das mulheres vítimas de violência, Nórton José, o objetivo do trabalho é transmitir o sentimento destas mulheres. “Eu conversei com cada mulher para sentir e saber o que elas passaram e acredito que consegui, de certa forma, expressar, pelas minhas fotos, um pouco da dor de cada uma e o renascimento delas”.

Também integra a exposição o projeto “Pedaços da Violência”, uma obra que retrata frases e palavras sobre o tema. “Este pedaço de tecido foi pintado por mulheres convidadas a expressar sua vivência, sua luta, não só como vítima, mas como uma mulher que se indigna com o que acontece”, explicou a autora, Julia Steffen.

A exposição na Alesc conta com a parceria do Observatório da Violência Contra a Mulher. Coordenadora da unidade do grupo do Parlamento catarinense e Procuradora Especial da Mulher na Assembleia Legislativa, a deputada Luciane Carminatti (PT) destacou a importância da mostra.

“Queremos cada vez mais demonstrar que é possível sair deste ciclo de violência, que os órgãos públicos têm responsabilidade neste acolhimento e na oferta de serviços e de políticas públicas. Essa Casa legislativa tem que ser um espaço para mostrar a realidade que passa também por enxergar as marcas da violência.

As obras estão abertas para visitação no Espaço Cultural Cruz e Sousa, das 7h às 19h.

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