Apagão ibérico: Bruxelas aborda importância da “preparação da população” na resposta a crises

“Uma União mais interligada é também um elemento de reforço da nossa segurança em termos de abastecimento”, afirmou porta-voz da Comissão Europeia

Enquanto recolhe informação sobre as causas do apagão que afetou integralmente Portugal e Espanha, a Comissão Europeia sublinha a importância aos Estados-Membros reforçarem a preparação da população para situações de emergência, adequadas às realidades nacionais.

A porta-voz de Ursula von der Leyen, Paula Pinho, afirma que a Comissão está a trabalhar com as autoridades nacionais e europeias para apurar as causas da falha que deixou às escuras dois países da União Europeia.

“Esta situação teve uma magnitude sem precedentes. Por isso, naturalmente, iremos analisar as lições a retirar e temos fóruns para o fazer”, afirmou Paula Pinho, porta-voz da Comissão Europeia para a Energia. “Estamos a trabalhar muito estreitamente não só com os operadores nacionais de sistemas de transmissão, mas também com o operador europeu. Vamos examinar com muita atenção quais foram as causas, quão bem estávamos preparados e que lições podemos tirar de um incidente desta natureza”, acrescentou.

Destacando a importância de os Governos nacionais abordarem a preparação da população para emergências, a porta-voz da Comissão Europeia responsável comunicação do trabalho de Bruxelas, sobre preparação para emergência, Eva Hrncirova alerta que “a preparação deve ser adequada a cada Estado-Membro”.

“São os Estados-Membros que devem preparar os seus cidadãos e desenhar a sua estratégia de acordo com as suas necessidades”, sublinhou, destacando que além dos casos como “as cheias” e “os incêndios”, agora, “temos uma experiência de que em Portugal e em Espanha podem ocorrer apagões desta dimensão”.

“Estamos aqui para apoiar, mas a adaptação cabe a cada país“, sublinhou a porta-voz, detalhando que entre as recomendações de Bruxelas, inclui-se a constituição de um kit de emergência para 72 horas de sobrevivência. “O kit não é uma obrigação, é apenas uma recomendação. Cada Estado-Membro pode decidir se o recomenda ou não. Já existem países na União Europeia que o fazem. Se as pessoas estiverem preparadas, conscientes de que algo pode acontecer e souberem o que fazer, tudo se torna mais fácil”, afirmou Hrncirova.

De acordo com Bruxelas, uma maior capacidade de ligação da Península Ibérica às redes elétricas europeias teria permitido uma resposta mais rápida e eficaz, mitigando os efeitos do apagão. “De facto, uma União mais integrada e mais interligada é também um elemento de reforço da nossa segurança em termos de abastecimento de eletricidade e gás”, afirmou Paula Pinho, porta-voz da Comissão Europeia para a Energia. “Portanto, sim, é um princípio que se aplica e que, independentemente das razões que venham a ser identificadas como causa da situação de ontem, continua a ser válido”, acrescentou.

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