Cinco dias antes do apagão, Repsol já tinha avisado para “falha elétrica grave”

A petrolífera teve de parar a atividade da sua refinaria em Cartagena

Cinco dias antes do apagão que paralisou parte das infraestruturas de Portugal e Espanha, a petrolífera Repsol já tinha alertado para uma “falha elétrica grave, alheia à central”. A empresa emitiu um aviso a alguns dos seus principais clientes da suspensão de entregas na refinaria de Cartagena, no sudeste de Espanha.

De acordo com o jornal El Mundo, que teve acesso à carta da Repsol enviada aos clientes, as entregas na refinaria foram suspensas devido a um corte relacionado com o “fornecimento de energia” a 22 de abril.

A Repsol descreve o incidente como “alheio à central” e acionou, com base nesse evento, uma cláusula de “força maior”, que permite suspender obrigações contratuais por motivos externos e imprevistos.

No mesmo dia, terá havido um “excesso de tensão” que fez disparar as proteções de duas estações de comboio na linha de alta velocidade entre Madrid (Chamartín) e as Austúrias (Pajares). A situação foi alertada pelo próprio ministro dos Transportes espanhol, numa publicação nas redes sociais.

O El mundo mostra também, através de um gráfico, que o pico de tensão registado coincidiu com o período de maior transferência de energia para os países interligados com a Península Ibérica.

Ainda segundo o jornal, na semana passada foi registado um excesso de geração fotovoltaica, sempre nos mesmos horários, que supera a procura interna.

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