De frente com “Claudinha”: Ansiedade um ‘mal’ necessário
Ter ansiedade é lutar contra coisas quem nem existem, mas a sua cabeça tem certeza que sim. Minha cabeça fica gritando que eu tenho um milhão de coisas para fazer, aí resolvo fazer uma lista dessas coisas e TCHARAM! Só uma ou duas coisinhas a ser feito a ser resolvido, mas a cabeça fica ali, FRITANDO.
Fui diagnosticada com “ansiedade” ainda na adolescência, até então eu não sabia onde tinha aquele botãozinho que desligasse da minha mente toda aquela angústia, dor no peito sensação de que você vai infartar a qualquer momento. Resolvi contar a um médico o que estava acontecendo – nunca vou esquecer o que ele me disse: eu vou te dar um remedinho que vai te causar sensação de felicidade… Minha primeira reação foi, existe esse remédio? Então manda! Tem mais de dez anos que tomo remédio contínuo para ansiedade, no meu caso resolveu. Eu não sei com os outros, para mim naquela época o mundo poderia desabar sobre a minha cabeça, que o tal remedinho da felicidade funcionava.
As pessoas sempre nos dizem, ”você precisa ser menos ansioso”. Como se fosse fácil! Que dia lindo para deixar a ansiedade me dominar. Infelizmente não temos o controle, o tal remedinho da felicidade no qual o médico me receitou, dura menos de um dia para acabar o efeito, pior cansaço é o MENTAL, você não consegue existir sem pensar. Mesmo deitado de pijama e com todas as luzes apagadas, seu cérebro está ali, aceso. As informações continuam circulando na tua mente. Às vezes, a exaustão psicológica é tão grande, que você não consegue nem dormir; é exaustivo ser adulto e saber que se eu me jogar no chão, espernear e chorar as coisas não vão se resolver. A energia caótica que estamos vivendo atualmente tem nos deixados muito mais ansiosos, a pandemia nos roubou a capacidade de socialização, de sermos pessoas que fazíamos amizade até na fila de um banheiro de uma balada ou em um shopping, para pessoas extremamente ansiosas só de pensar em ter que nos socializarmos com quem não temos intimidade.
Ter ansiedade e ser adulto, é tentar adiar ao máximo o choro preso na garganta, porque as obrigações, nos pedem um nível de autocontrole. As dores, as angústias e medos que você não está conseguindo lidar, peça as águas sagradas para levar; imagine-se em frente a uma praia, rio, cachoeira e entregue as águas tudo aquilo que você precisa deixar ir, tudo que está te machucando te deixando ansioso. Honre, agradeça porque a vida precisa ser leve, vibre luz pela terra! Desapegue da necessidade de agradar os outros. Você jamais conseguirá satisfazer as expectativas ilusórias criadas pelas outras pessoas. Seja você em toda sua verdade e vulnerabilidade, experimente a paz – não deixa o outro influenciar como você se sente. E por fim, você pode se afastar de tudo o que for tóxico, mas… enquanto não se abraçar de verdade e apagar todos os incêndios do seu coração, você não terá paz. Você é o seu abrigo, você é sua cura. Você é o seu equilíbrio. Não se perca da sua essência, não se perca na ANSIEDADE. Desacelere!
E viva um dia de cada vez.
Texto: Claudinha Sousa
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