De Frente com “Claudinha”: fala sobre Inclusão

Inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro, assim ter o previlégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. Privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós?

Quem foi que disse que precisamos da permissão de quem quer que seja para nós incluirmos na sociedade como pessoas normais que somos?

Quem disse que precisamos da permissão de alguém para ser incluído na sociedade, para sermos o que quisermos ser,  para entrar e sair de qualquer lugar, sabe o que acho dessa palavra INCLUSÃO? Ela é totalmente preconceituosa, por que causa a sensação que estamos pedindo um favor a sociedade que nos inclua no mundinho deles perfeitos que eles chamam normais, e acredite, de normais eles não têm nada. 

Queremos ser tratados como iguais, por que é isso que somos, exatamente iguais a qualquer um que não esteja sentado nessa cadeira de rodas. Estou me referindo a todo tipo de deficiência física, parem de achar que o mundo não nos pertencem, que não podemos ser donos de nossas próprias vidas.

Uma vez uma cara chegou para mim e disse: você é privilegiada porque você é bonita – eu achei aquilo um absurdo, eu sou “Privilegiada” porque aprendi que sou dona da minha vida. Aprendi que não sou especial por estar numa cadeira de rodas, mais privilegiada por fazer a diferença na vida de muita gente de falar aquilo que muitas pessoas com deficiência tem vontade de falar mais não tem coragem, sou sim, privilegiada por inspirar várias pessoas com deficiência física e tenho orgulho desse privilégio.  Temos que desconstruir essa história de viva a inclusão social, viva as pessoas, viva as diferenças, viva o amor ao próximo, somos todos iguais!

Deficientes são aqueles que não conseguem modificar suas vidas, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que somos donos dos nossos próprios destinos. Ser cadeirante é não conseguir passar despercebido mesmo quando queremos sumir, é ser completamente ignorado quando existe um andante ao seu lado, porque as pernas e os braços podem não está funcionando bem, mais o resto está. É fato! Só com ótimo humor para tocar a vida, as rodas e o povo sem noção que aparecem nos nossos caminhos.

Ser cadeirante é sentir ao menos uma vez na vida vontade de sentar no chão e jogar a cadeira de rodas na cabeça de outro ser humano {risos}. E finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois, “MISERÁVEIS“ são todos aqueles que tem preconceitos, que se acham no direito de nós incluirmos numa sociedade que são tão nossas quanto deles.

Texto: Claudinha Sousa

E-mail: claudinhasousadino1978@gmail.com / Instagram: claudinhasousadino

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