Deputado quer mobilizar autoridades para implementar sistema antigranizo em regiões de SC
Deputado buscará apoio do governo federal para implementação do modelo já existente no Meio Oeste em demais regiões de SC
O sistema de controle de grazino implementado há mais de uma década no Meio Oeste catarinense poderá servir de modelo para as demais regiões de Santa Catarina.
O deputado federal Rafael Pezenti (MDB/SC) esteve em Fraiburgo e Lebon Régis, onde está instalada a base de operação do sistema, para conhecer o método utilizado e reconhecido pela Organização Mundial de Meteorologia.
“Fiz questão de conhecer a tecnologia e ouvir os produtores que são beneficiados. O método funciona. Nosso objetivo agora é conseguir o apoio dos governos federal e estadual para implementar um projeto piloto no Alto Vale do Itajaí, com possibilidade de expandir para outras regiões. Já solicitei audiência para levar todas as informações ao Ministro da Agricultura e tenho conversado com o secretário Colatto, que será um parceiro nessa luta”, explicou Pezenti.
MODELO FOI APERFEIÇOADO AO LONGO DOS ANOS
Desenvolvido na França em 1951 e em operação no Brasil desde 1996, o sistema atual tem amenizado de forma considerável os prejuízos, especialmente na área agrícola do Meio Oeste catarinense.
Antes, na década de 80, o modelo utilizado contava com 11 bases de lançamento de foguetes. Eles eram lançados nas nuvens para fazer a distribuição de um composto químico chamado iodeto de prata. No entanto, esse modelo tinha alto custo e menos eficácia.
Hoje são utilizados geradores de solo que tem o custo menor e são mais preventivos e eficientes, de acordo com os técnicos. Atualmente são 160 equipamentos espalhados em 13 municípios que se destacam na produção de frutas como maçã, uva, pêssego e ameixa. Cada um cobre uma área de 5 quilômetros. Eles são acionados pelos próprios produtores após receberem a ordem dos técnicos via aplicativo de mensagens.
Segundo o meteorologista João Luiz Rolim, diretor da empresa Anti-Granizo Fraiburgo (AGF) e responsável por coordenar a operação, a eficiência desse modelo pode ser maior que 70%. “Diminui a intensidade, o tamanho do granizo e a área onde ele cai”, destacou Rolim.
O gerador de solo instalado custa em torno de 10 mil dólares. Para mantê-lo ativo, o valor varia conforme o número de acionamentos e é dividido entre empresas, prefeituras e governo do estado.
COMO FUNCIONA O SISTEMA NA PRÁTICA
O modelo utilizado em Santa Catarina de sistema de controle do granizo utiliza conjuntamente informações de radar meteorológico, monitoramento com estações meteorológicas de superfície, rádio sonda e modelagem numérica, para detectar a possibilidade de formação de nuvens de granizo na região protegida.
Uma vez confirmada a possibilidade de formação do granizo, o sistema de combate é acionado. Ele é composto de uma rede com geradores de solo que cobrem toda a área protegida e liberam partículas de iodeto de prata na atmosfera.
Ao redor destas partículas, agregam-se partículas de água formando pequenas gotas de chuva ou pequenos cristais de gelo, que ao caírem reduzem de tamanho e atingem o solo na forma líquida ou de minúsculas pedras de gelo. Isso evita os danos e estragos nas cidades protegidas.