Doenças silenciosas, complicações graves: saiba como se prevenir e conquistar uma vida mais saudável
Com casos de hipertensão e diabetes em alta, final do ano é um bom momento para traçar novas metas de cuidado com a saúde

Com o aumento dos casos de hipertensão e diabetes no Paraná, o fim de ano se torna um momento estratégico para refletir sobre hábitos de vida e traçar metas de cuidado com a saúde. Consideradas doenças crônicas silenciosas, essas condições muitas vezes evoluem sem sintomas evidentes, mas podem causar complicações graves quando não diagnosticadas e tratadas precocemente.
De acordo com Dalton Bertolim Precoma, cardiologista do Hospital Angelina Caron (HAC), na Região Metropolitana de Curitiba, a hipertensão atinge cerca de 25% da população entre 20 e 55 anos, percentual que sobe para 50% após os 55 anos. Já o diabetes afeta entre 10% e 12% da população brasileira. “São patologias altamente prevalentes no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste”, alerta o especialista.
Diagnóstico tardio amplia riscos
O caráter silencioso dessas doenças é um dos principais desafios para o controle. Segundo Precoma, apenas cerca de 10% dos hipertensos apresentam sintomas, geralmente quando a pressão arterial já está em níveis muito elevados. No caso do diabetes, sinais como sede excessiva, aumento da frequência urinária, fraqueza e mal-estar costumam surgir apenas em fases mais avançadas da doença.
O diagnóstico tardio pode comprometer os chamados órgãos-alvo, como cérebro, coração, rins e artérias. “As complicações incluem acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmias, insuficiência renal crônica e obstrução das artérias por placas de gordura”, explica o cardiologista.
Check-ups regulares fazem a diferença
Para evitar essas complicações, o acompanhamento médico periódico é fundamental. O especialista destaca que exames laboratoriais simples e de baixo custo já são suficientes para monitorar fatores de risco, especialmente em pessoas com histórico familiar de hipertensão ou diabetes. Em alguns casos, exames como eletrocardiograma e avaliação clínica são indicados.
“Até os 40 anos, indivíduos saudáveis podem realizar avaliações a cada dois anos. A partir dessa idade, o acompanhamento anual é o mais recomendado. Caso alguma alteração seja identificada, o monitoramento deve ser mais frequente”, orienta Precoma.
Hábitos saudáveis são aliados da prevenção
Além dos exames, a adoção de um estilo de vida saudável é essencial tanto na prevenção quanto no controle das doenças silenciosas. A prática regular de atividade física, a manutenção do peso adequado e uma alimentação equilibrada fazem parte do chamado tratamento não medicamentoso.
“A redução do consumo de sal e gorduras, aliada à prática de exercícios como caminhadas e atividades de força, tem impacto direto no controle da pressão e da glicemia”, afirma o médico. Ele ressalta que o prato tradicional brasileiro, com arroz, feijão, carne e salada, quando bem equilibrado, já é nutricionalmente adequado.
Nos estágios iniciais da hipertensão — chamada de hipertensão limítrofe — e do pré- diabetes, mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para controlar o quadro e retardar ou até evitar o uso de medicamentos. “Principalmente para quem tem histórico familiar, é fundamental começar cedo”, reforça.
Reconhecer fatores de risco salva vidas
Segundo o cardiologista, sete fatores de risco modificáveis são responsáveis por cerca de 90% dos casos de infarto: hipertensão, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade, sedentarismo e estresse. Os outros 10% estão relacionados à hereditariedade.
“Identificar e controlar esses fatores, além de diagnosticar precocemente alterações na pressão, glicemia e colesterol, é o caminho para uma vida mais longa e com mais qualidade”, conclui.
Sobre o Hospital Angelina Caron
O Hospital Angelina Caron tem como missão promover saúde com excelência, segurança e gestão eficiente, assegurando atendimento integral, humanizado e qualidade de vida aos seus mais diversos públicos. Localizada ao lado de Curitiba, em Campina Grande do Sul, a instituição é um centro médico-hospitalar de referência no Sul do Brasil. Tem como pilares os mais rigorosos princípios éticos e o compromisso social, além de 42 anos de tradição para oferecer a melhor promoção em saúde e possibilitar a retomada da qualidade de vida. O HAC realiza mais de 400 mil atendimentos por ano em pacientes de todo o país, incluindo particulares e por convênios, sendo um dos maiores parceiros do SUS no estado. É o maior centro transplantador de órgãos sólidos do Paraná, com mais de 3 mil transplantes realizados. A instituição é referência nacional em saúde de alta complexidade, com atuação em todas as vertentes da medicina, incluindo procedimentos de cirurgia robótica. Com investimentos constantes em tecnologia e equipamentos de última geração, também se destaca como um centro tradicional de fomento ao ensino e à pesquisa.