Eurodeputados apelam ao “reforço do financiamento” para lidar com as alterações climáticas

A política portuguesa Lídia Pereira integra o grupo que está a preparar a posição do Parlamento Europeu sobre o combate às alterações climáticas

Eurodeputados apelam ao "reforço do financiamento" para lidar com as alterações climáticas“Tal como assistimos em Portugal, a crise da água é uma das maiores ameaças globais que enfrentamos”, segundo Lídia Pereira. Gerardo Santos/Global Imagens

A eurodeputada Lídia Pereira (PSD) apela a uma ação “mais ambiciosa” por parte dos agentes políticos para lidar com os problemas da escassez de água, ligados às alterações climáticas. Lídia Pereira é uma das subscritoras da resolução sobre a posição do Parlamento Europeu, que será apresentada na COP29, a 12 e 13 de novembro, em Baku, no Azerbaijão.

O documento alerta para a necessidade do “reforço do financiamento” para “enfrentar a crise climática” e foca-se especificamente na “gestão da água”. O texto foi apresentado por Antonio Decaro, presidente da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar, e também subscrito por Javi López, em nome do Grupo S&D, Emma Wiesner, em nome do Grupo Renew, Lena Schilling, em nome do Grupo Verts/ALE, Nikolas Farantouris, em nome do Grupo da Esquerda, e também pela portuguesa Lídia Pereira.

Os deputados sublinham a declaração de emergência climática e ambiental feita pelo Parlamento Europeu (PE), apelando ao “compromisso da União Europeia em combater as alterações climáticas”. 

Numa nota enviada às redações, o grupo do PSD no Parlamento Europeu realça as principais prioridades da União Europeia, que incluem a criação de um novo objetivo global de financiamento climático, reforçando a meta de 100 mil milhões de dólares anuais, um montante que até agora só foi alcançado e superado pela própria União Europeia. A Europa já cumpriu o seu compromisso e espera que os restantes países desenvolvidos e emergentes sigam o mesmo caminho.

O objetivo deste novo financiamento é assegurar que os países mais vulneráveis às alterações climáticas recebam apoio financeiro adequado, principalmente na adaptação e mitigação dos efeitos de secas, inundações e crises relacionadas com a água, questões cada vez mais urgentes no cenário global.

“Tal como assistimos em Portugal, a crise da água é uma das maiores ameaças globais que enfrentamos, e é imperativo que esta COP traga soluções reais para a sua gestão sustentável. As secas e cheias extremas afetam vidas, economias e ecossistemas, exigindo que a comunidade internacional tome medidas coordenadas e eficazes”, afirmou Lídia Pereira.

A resolução do Parlamento Europeu também reflete a posição da União Europeia (UE) quanto à expansão da base de doadores internacionais. A UE defenderá que todos os países, conforme as suas capacidades financeiras, incluindo economias emergentes como a China, Índia e Arábia Saudita, contribuam para o novo objetivo de financiamento climático, “o que certamente irá gerar os maiores desafios nos objetivos a assumir entre as partes”. “A discussão sobre ‘perdas e danos’, um tema sensível na agenda global, também será abordada na COP29. Se queremos um compromisso global efetivo, as grandes economias emergentes precisam estar à altura das suas responsabilidades”, sublinhou a deputada do PSD.

Além do financiamento, a resolução salienta a importância de um maior investimento em tecnologias limpas e inovação, incentivando o desenvolvimento de soluções que possam mitigar os efeitos das alterações climáticas e apoiar a transição energética dos países. “A inovação no setor privado é fundamental para alcançarmos os nossos objetivos de descarbonização e adaptação às mudanças climáticas”, assinalou a eurodeputada.

Lídia Pereira também sublinhou a necessidade de avançar continuamente no cumprimento das metas de redução de emissões. “Embora a Europa esteja a liderar globalmente na ação climática, temos de garantir que todos os Estados-membros cumprem com os seus compromissos para a implementação do pacote Fit for 55, essencial para atingirmos a neutralidade climática até 2050”, alertou a eurodeputada.

A resolução da União Europeia reconhece ainda a importância de definir metas concretas para 2040, que orientarão os compromissos climáticos até 2035, embora as negociações sobre a dimensão desses cortes de emissões ainda estejam em andamento.

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