França reforça segurança nos locais de culto judaicos

Emmanuel Macron garante que “tudo está a ser feito para encontrar o autor deste ato terrorista e proteger os locais de culto”

Pelo menos dois carros, um dos quais continha uma botija de gás, foram incendiados à frente da sinagoga La Grande-Motte, provocando uma explosão que feriu um polícia municipal presente no local. Emmanuel Macron condenou o ataque “terrorista”. A Procuradoria Nacional Antiterrorista de França anunciou a abertura de uma investigação por tentativa de homicídio terrorista.

Dois carros foram incendiados esta manhã à frente da sinagoga La Grande-Motte, no departamento de Hérault.

Ao início da tarde, a Procuradoria Nacional Antiterrorista de França anunciou a abertura de uma investigação por tentativa de homicídio terrorista. Fonte da investigação adiantou que as câmaras de videovigilância da sinagoga captaram imagens de um homem a sair do local depois do incêndio, com uma bandeira palestiniana na mão.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu que “tudo está a ser feito para encontrar o autor deste ato terrorista e proteger os locais de culto”, acrescentando que “a luta contra o antissemitismo é uma luta constante, para manter a nação unida”.

O Ministro do Interior demissionário, Gérald Darmanin, decretou de imediato o reforço da “presença da polícia à frente dos locais de culto judaicos”.

A presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas em França, Perla Danan, considera que a estigmatização da comunidade judaica tem sido uma constante, desde o passado 7 de Outubro, dia do ataque do grupo islamita Hamas em Israel. “O problema é simples: Há muito tempo que alertamos para o aumento do anti-semitismo, para o facto de certos discursos políticos serem incendiários, para o facto de sermos estigmatizados, devido à situação em Israel e em Gaza”, afirma a responsável pelas instituições judaicas em Franca.

Perla Danan questiona, ainda, o lugar da comunidade hoje em França. “A verdadeira questão que se coloca agora é: o que vai fazer a sociedade civil? Porque esta situação diz respeito a todos os franceses. Devemos perceber se é possível viver sendo judeu em França. E se é possível continuar a ser francês, quando se é judeu”, lamenta.

As reacções políticas multiplicaram-se desde esta manhã. A antiga primeira-ministra Élisabeth Borne denuncia um “incêndio criminoso” e um “acto de ódio”. A candidata de esquerda ao posto de Primeira Ministra, Lucie Castets, anunciou “todo o seu apoio à comunidade judaica visada por este incêndio criminoso”.

Por sua vez, Marine Le Pen do partido União Nacional, denunciou ataques “criminosos e inaceitáveis, que são a consequência do aumento do antissemitismo que se está a alastrar em França”.

Foram registados em França  “366 actos antissemitas” no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 300% em relação aos primeiros três meses de 2023.

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