Gastos com defesa acima de 2%: eurodeputados divididos entre medida de “país autoritário” e “esforço adicional”

Ouvido no Fórum TSF, o eurodeputado comunista, João Oliveira, defende que a missão institucional do Exército português “não é andar a fazer a guerra dos outros, é defender a independência e soberania nacionais” e, por isso, apela a soluções de paz

A necessidade de investir em segurança e defesa acima de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) tem sido tema de debate um pouco por toda a Europa. A discussão adensa-se no Fórum TSF desta quinta-feira com os eurodeputados portugueses a mostrarem visões contraditórias entre aqueles que denunciam uma medida “própria de países autoritários” e os que defendem um “esforço adicional” após um período de “sucessivas reduções”.

O pedido foi feito pela NATO e entretanto reforçado pelo seu secretário-geral aquando da visita a Portugal. Foi aí que defendeu que canalizar 2% do PIB de cada Estado-membro já não é suficiente para a defesa da Europa, em linha com o que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou. Mark Rutte apresentou como argumento o facto de a “ameaça da Rússia” não estar “longínqua”, sugerindo que Moscovo tem armamento que consegue atingir a costa portuguesa.

Catarina Martins aponta ainda que os países da NATO “gastam muito mais em despesa militar do que todos os outros países juntos. Mas mesmo muito mais” e no seu conjunto – excluindo inclusivamente os EUA, gatam “quase quatro vezes o que gasta a Rússia”.

Entende, por outro lado, que é preciso um investimento de “reindustrialização dos países da Europa” e que para se trazer o sentido de “segurança” às populações é preciso dar resposta “às alterações climáticas”.

Já o eurodeputado da IL João Cotrim de Figueiredo vai ao encontro da visão dos sociais-democratas e sublinha a necessidade de um maior investimento da Europa em matéria de defesa. O liberal alega que a redução sistemática do investimento neste setor, trouxe ao país um “atraso, de tal forma preocupante, que obriga agora a um esforço adicional, que é politicamente bastante delicado e que obriga a escolhas que serão naturalmente difíceis”.

A cimeira europeia sobre defesa e segurança, que decorre na próxima segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025, sob a liderança de António Costa, que deverá discutir formas de aumentar o investimento europeu no setor, incluindo a possibilidade de canalizar mais recursos para a indústria de defesa da UE.

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