Israel diz que 95% dos habitantes de Gaza estão vacinados contra poliomielite

O país anunciou uma nova campanha de vacinação de toda a população palestiniana em coordenação com a OMS e com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mas dela excluindo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).

Israel afirmou esta quinta-feira que “entre 95% e 98%” da população de Gaza está vacinada contra a poliomielite, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar para o perigo de uma epidemia da doença, 25 anos após erradicada.

A informação foi divulgada pelo novo embaixador israelita na ONU, Danny Danon, que anunciou também uma nova campanha de vacinação de toda a população palestiniana em coordenação com a OMS e com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mas dela excluindo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), a que maior implantação tem nos territórios palestinianos e com a qual Israel está em aceso conflito.

O diplomata israelita assegurou que o seu país está disposto a “cooperar com todos para aliviar a situação do povo palestiniano, que sofre a ocupação do [movimento islamita palestiniano] Hamas”, mas também advertiu de que não haverá um final para a guerra na Faixa de Gaza “até que o Hamas seja erradicado, o que já está a acontecer”, embora não tenha querido dizer quanto tempo mais poderá durar o conflito.

Esta foi a primeira comparência de Danon perante a comunicação social desde que apresentou as suas cartas credenciais ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira, e protagonizou com ele uma tensa troca de palavras em frente das câmaras.

A guerra, que hoje entrou no 321.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 40.265 mortos (quase 2% da população) e 93.144 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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