Parte de mina da Braskem se rompe em Maceió, mas risco de colapso ‘diminuiu’, diz Defesa Civil

A Defesa Civil de Maceió informou que parte de uma das minas da empresa Braskem se rompeu no início da tarde deste domingo (10/12).

Segundo o órgão, uma porção da chamada mina 18 se rompeu por volta das 13h15 em um trecho da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió.

Já a Prefeitura de Maceió informou que toda a área estava isolada e desocupada – e que não há risco para a população. Pediu também que as pessoas não se aproximem da área.

Desde o final de novembro, quando a Defesa Civil do município emitiu alerta para o possível colapso, famílias já foram retiradas de suas residências.

Coordenador da Defesa Civil, Abelardo Nobre, afirmou que as medições da Defensa Civil apontaram que o rompimento foi “pequeno” e que o risco de colapso da mina diminuiu.

“Não existe o risco de ser ampliado, pelo contrário, agora vai entrar em um ritmo de desaceleração. O que aconteceu já estava dentro da área de previsão. Foi algo isolado e as outras áreas que estão sendo monitoradas por sensores não apresentaram nenhuma alteração”, disse Nobre ao site.

Mais cedo, por meio de uma nota, a Defesa Civil afirmou que o deslocamento vertical acumulado da mina 18 era de 2,35 metros e a velocidade vertical era de 0,52 centímetros por hora, apresentando um movimento de 12,5 centímetros nas últimas 24h.

Mutange é um dos cinco bairros afetados pelos problemas em Maceió desde 2018, quando surgiram as primeiras rachaduras.

O problema foi causado pela exploração de sal-gema, conforme o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em 2019. A mineração teria causado uma instabilidade no solo.

As primeiras rachaduras surgiram em fevereiro de 2018, no bairro do Pinheiro.

Em março, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado e mais rachaduras e crateras apareceram no solo, causando danos irreversíveis a imóveis.

A evacuação foi iniciada em junho de 2019 para moradores de Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Nos últimos anos, com o agravamento dos problemas, parte do Bom Parto e do Farol foram incluídos na zona de risco.

A mina 18, localizada no bairro do Mutange, é a que corre risco de colapso. Foram registrados cinco tremores de terra somente em novembro.

Foto aérea mostra vizinhança que precisou ser evacuada em Maceió, (Reuters).

Como a exploração começou (e terminou)?

A mineração foi iniciada em Maceió nos anos 1970, por meio da Salgema Indústrias Químicas S/A. Ela se tornaria a Braskem anos depois.

O sal-gema era utilizado para a produção de soda cáustica e PVC, e a exploração era autorizada pelo poder público.

A partir de 2019, a Braskem interrompeu completamente a exploração do sal-gema em Maceió e passou a trabalhar para o fechamento e estabilização de todas as minas.

Desde 2018 até o momento, mais de 14 mil imóveis precisaram ser evacuados, afetando cerca de 60 mil pessoas. Os bairros se tornaram desertos, chamados de “bairros fantasmas”.

AFP

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