Sexo e Prazer: o que você sabe sobre o clitóris?
Sexo com penetração é bom e a gente gosta. Mas, como diz por aí, você pode mais!
Presta atenção: nós mulheres somos as únicas a ter um órgão que serve só pra dar prazer. O nome dele é clitóris. O sobrenome é orgasmo.
Enquanto apenas 18% têm orgasmos com estimulação da vagina, esse número aumenta para 75% quando o estímulo também é focado no clitóris. Entenda a história do órgão e por que ele ainda é pouco estudado.
Os primeiros registros mencionando o clitóris, datam de 2.a.C. Na época, apesar de identificada sua existência, os anatomistas não se interessaram em explorar sua função. Anos mais tarde, no período do movimento Renascentista, os anatomistas voltaram a olhar para o órgão, mas os relatos dos pesquisadores da época – que, vale pontuar, eram todos homens –, trazem o clitóris como “uma pequena parte do corpo, insignificante e presente apenas em pessoas intersexo”. E, mais uma vez, sua potência foi deixada de lado.
“Na sociedade católica, o prazer feminino sempre foi um tabu. Na Inquisição, eram chamadas de bruxas as mulheres que tinham esse conhecimento [sobre o próprio prazer] e o difundiam. Ainda hoje, por exemplo, é comum a prática da mutilação genital feminina em algumas sociedades.”
Foi só em 1998 que os pesquisadores realizaram a primeira tomografia do clitóris ereto – isso mesmo, assim como o pênis, o clitóris também fica ereto quando há estimulação sexual. Apenas a glande (“botãozinho” visível acima da vagina, do tamanho de uma ervilha) é visível e externa, mas o órgão se estende por até 10 centímetros de cada lado da glande internamente, acompanhando os grandes lábios. Mais um motivo para explorar toda a região durante a relação sexual.
Nos últimos anos, essa pequena região começou a ter sua potência desvendada, o que mudou completamente a dinâmica e a compreensão da sexualidade das mulheres e de pessoas trans.
O clitóris conta com mais de 8 mil terminações nervosas, com um único objetivo: ser uma fonte de prazer. Como comparação, o pênis tem algo entre 4 e 6 mil terminações. Se esse órgão é tão fantástico, por que ainda sabemos tão pouco sobre ele?
Não há uma única resposta, mas uma coisa é certa: todas elas esbarram no machismo e no conservadorismo que ainda são muito presentes no meio acadêmico e nas grandes instituições, geralmente responsáveis por conduzir esses estudos. O resultado é uma ignorância sobre um órgão carregado por quase 50% da população mundial.
Sexo e prazer não são vergonha
Assim como a vagina e a vulva, o clitóris também muda de pessoa para pessoa. O autotoque, a masturbação e o diálogo com o parceiro ou parceira são as melhores formas de descobrir como o estímulo na região funciona para você.
“Muitas vezes, as pessoas iniciam a vida sexual sem ter conhecimento sobre a função ou localização do clitóris e acabam vivendo uma sexualidade aquém do que poderiam viver. Informação nunca é demais.
Liberte-se, vá se feliz!
Edição: Lineia Moraes