Situação das rodovias catarinenses limita crescimento e produtividade

Na Logistique, setor produtivo destaca necessidade de agilizar duplicações das BRs 470 e 282 e de melhorias urgentes na BR 101, como implementação do pedágio free flow

Uma malha rodoviária que não atende a demanda dos usuários e não condiz com o desenvolvimento socioeconômico do estado. Esse é o diagnóstico do setor produtivo em relação aos principais corredores logísticos de Santa Catarina, em painel realizado na Logistique 2024, evento que ocorre em Balneário Camboriú entre 23 e 25 de julho.

Durante o painel “Inovação e Infraestrutura: Pilares para o Crescimento Sustentável em Santa Catarina”, o presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, afirmou que a modernização da infraestrutura é crucial para a competitividade da indústria catarinense. “Santa Catarina tem condições de ser a indústria mais competitiva do país, mas a falta de investimentos, especialmente nas rodovias, impede que alcancemos todo o nosso potencial”, afirma.

Um dos principais pontos de debate foi a capacidade rodoviária do estado, considerada insuficiente em comparação com outros. “Santa Catarina é a 6ª economia do Brasil, e o índice de competitividade da indústria catarinense só perde para São Paulo, por um décimo. Se tivéssemos uma condição de infraestrutura mais adequada, Santa Catarina seria a indústria mais competitiva do país”, completa. A malha rodoviária paulista é a melhor do país, de acordo com o Índice de Condição da Manutenção (ICM) medido pelo Ministério dos Transportes, com indicador “bom” de 93%, um aumento de 50% desde 2016.

Em discussão com a sociedade catarinense, a prorrogação da concessão da BR 101 e a implementação do sistema de pedágio free flow na foram alguns dos temas abordados. A necessidade de duplicação da BR 282 e a aceleração das obras na BR 470, consideradas essenciais para o escoamento da produção catarinense, também foram debatidas.

Mediado por Beto Martins, secretário de Estado dos Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, o painel teve ainda a participação de Carlos Chiodini, vice-presidente da Câmara Temática Portuária e Hidroviária da FRENLOGI; Elson Otto, presidente da Facisc, e Dagnor Schneider, presidente da Fetrancesc.

Setor Portuário

Outro destaque do primeiro dia de abertura da Logistique 2024 foi o painel “Comércio Global – Projeções dos portos nacionais para atender as demandas e os desafios de crescimento”, mediado por Egídio Martorano, presidente da Câmara de Transporte e Logística da FIESC.


Os portos catarinenses também são afetados pelas condições das rodovias que dão acesso aos terminais. Segundo ele, a competitividade dos portos de Santa Catarina é prejudicada pela falta de investimentos na malha rodoviária, pela paralisação e falta de contingente em órgãos como IBAMA, VigiAgro e Ministério da Agricultura, além de situações climáticas.

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