“Saúde dos Rins Para Todos”
Doença renal: o desafio
Estima-se que haja atualmente no mundo 850 MILHÕES DE PESSOAS com doença renal, decorrente de várias causas. A Doença Renal Crônica (DRC) causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com uma taxa crescente de mortalidade.
A Injúria Renal Aguda (IRA), um importante fator de risco para DRC, afeta mais de 13 milhões de pessoas no mundo, sendo que 85% desses casos ocorrem em países de baixa e média renda. Estima-se que cerca de 1,7mi morram anualmente por causa da IRA no mundo.
É importante considerar que a DRC e a IRA são condições impactantes para o aumento da morbidade e mortalidade de outras doenças, em função dos seus fatores de risco, como diabetes, hipertensão e da presença de infecções por hepatites, HIV, malária e tuberculose presente em muitos lugares do mundo. Em crianças, a DRC e a IRA também implicam em uma morbidade e mortalidade significativas.
Desafios para a saúde renal: disparidades e acesso
Apesar do crescente diagnóstico de doenças renais, em todo o mundo, a disparidade e a desigualdade na saúde renal ainda são comuns. A DRC e a IRA frequentemente são agravadas pelas condições sociais, discriminação de gênero, falta de informação em relação às doenças renais, riscos ocupacionais, poluição do meio ambiente entre outros fatores.
O transplante é considerado o tratamento com melhor relação custo-benefício para a DRC. No entanto, o procedimento cirúrgico, a infraestrutura, a exigência de equipes altamente especializadas, disponibilidade de doadores de órgãos, necessidade de diálise durante a espera (quando não é possível o transplante preemptivo), requisitos legais e o viés cultural existente em muitos países contra a doação de órgãos, representam importantes barreiras, tornando a diálise a única opção viável.
Embora as políticas e estratégias nacionais para doenças não transmissíveis (DNTs), em geral, estejam presentes em muitos países, políticas específicas direcionadas para o rastreamento (screening), a prevenção e o tratamento de doenças renais são muitas vezes inexistentes. Mais da metade (53%) dos países que têm uma estratégia abrangente de DNTs não têm diretrizes ou estratégias de gestão para melhorar o atendimento das pessoas com DRC (seja especificamente ou dentro de uma estratégia mais ampla sobre DNT).
Nova missão
Este ano, o Dia Mundial do Rim se propõe a aumentar a conscientização sobre a alta e crescente presença de doenças renais em todo o mundo e a necessidade de estratégias para a prevenção e o gerenciamento de doenças renais.
A saúde do rim para todos, em qualquer lugar, propõe uma cobertura universal de saúde para prevenção e tratamento precoce da doença renal.
O objetivo final desta política é o de promover a saúde da população, garantindo o acesso universal, sustentável e equitativo provendo os cuidados essenciais, e de alta qualidade na saúde, e permitindo a acessibilidade à informação e tratamento da doença renal nos diferentes grupos socioeconômicos.
Especificamente, o DMR alerta e conclama a todos para defenderem medidas concretas em todos os países para melhorar os cuidados dos rins, entre elas destacam-se:
– Incentivar e adotar estilos de vida saudáveis (acesso à água potável, exercícios, dieta saudável, controle do tabagismo. Muitos tipos de doenças renais podem ser prevenidos, retardados e/ou controlados quando medidas apropriadas de prevenção estiverem em vigor.
– Fazer o rastreio (screening) de doenças renais e uma intervenção de cuidados de saúde primários incluindo o acesso a ferramentas de identificação (por exemplo, análises de sangue (como a dosagem da Creatinina) e exames de urina. O rastreamento de indivíduos de alto risco e o diagnóstico e tratamento precoces são eficazes em termos de custo para prevenir ou retardar doenças renais em estágio terminal.
– Garantir que os pacientes com doenças renais, mesmo quando desprovidos de condições financeiras, recebam os serviços básicos de saúde que necessitam (por exemplo, o controle da pressão arterial e do colesterol, acesso aos medicamentos essenciais) para retardar a progressão da doença.
– Apelar ao poder público que implante e aprimore políticas transparentes que regulem o acesso universal e sustentável a serviços avançados de cuidados de saúde (por exemplo, diálise e transplantes) e uma melhor proteção financeira aos centros de tratamento à medida que mais recursos se tornem disponíveis.
-Quebrar barreiras socioeconômicas e expandir o acesso a serviços abrangentes para atender às necessidades da população é essencial para garantir uma atenção equitativa aos rins e aumentar a qualidade.
Para levar essas orientações a comunidade, a equipe da Fundação Pró-Rim vai realizar ações em diversos locais nas cidades onde possui unidades de atendimento, nos estados de Santa Catarina e do Tocantins. Confira a programação completa da campanha no site www.diamundialdorim.com.br