Pesquisa aponta forte aumento da desaprovação a Bolsonaro e seu governo
A avaliação negativa ao presidente Jair Bolsonaro e a seu governo tiveram aumentos significativos desde janeiro, revela uma pesquisa publicada nesta terça-feira (12), em plena crise sanitária pela pandemia do novo coronavírus.
A desaprovação do presidente aumentou de 47% para 55,4%, enquanto seu índice de aprovação caiu de 47,8% para 39,2%, de acordo com a consulta feita por telefone com 2.002 pessoas entre 7 e 10 de maio pelo instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
A proporção de quem avalia como ruim ou péssimo o trabalho do governo saltou de 31% para 43,4%, e quem o considera bom ou ótimo caiu de 34,5% para 32%, acrescentou a pesquisa, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
O percentual de quem qualifica o governo como regular passou de 32% para 23%.
Bolsonaro enfrenta a crise sanitária do coronavírus e provocada pela renúncia de seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Considerado por milhões de brasileiros um ícone da luta contra a corrupção, Moro acusou o presidente de tentar interferir em investigações policiais ao deixar o governo.
A pandemia da COVID-19, em plena ascendente no país, se tornou tema de disputa entre Bolsonaro, contrário às medidas de isolamento social por considerá-las nocivas para a economia, e os governadores dos estados mais afetados, que promovem o isolamento social para conter a propagação.
A pesquisa MDA/CNT indica que 67,3% dos entrevistados apoiam as medidas de isolamento contra 29,3% que pensam que estas só devem ser aplicadas a grupos de risco e 26% que se opõem a qualquer tipo de isolamento.
Mas a tradução política dessa postura não é automática, visto que 51,7% dos consultados aprovam a gestão do governo federal no combate à pandemia, contra 42,3% que a desaprovam (6% não souberam ou não responderam).
O percentual de aprovação dos governadores na luta contra o novo coronavírus alcançou, por sua vez, 69,2% contra 26,8% de desaprovação.
Foto: O presidente Jair Bolsonaro estende os braços para uma menina durante cerimônia em Brasília, 12 de maio de 2020.
AFP / EVARISTO SA