Falta de sedativos e falências no ensino infantil repercutem na Assembleia

Falta de sedativos e falências no ensino infantil repercutem na Assembleia

O risco de falta de anestésicos e sedativos para uso em UTIs no estado e a situação do ensino infantil privado, com falências diárias, repercutiram na sessão de terça-feira (14) da Assembleia Legislativa. 

“A grande preocupação é a falta de medicamentos sedativos e relaxantes em pacientes de UTIs, os hospitais estão cancelando todos os tipos de cirurgias. A demanda e a taxa de ocupação dos leitos aumentaram drasticamente, por isso não há disponibilidade. Os preços dispararam no mercado e nem o estado, nem os hospitais estão conseguindo comprar”, descreveu Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde.

Saretta, que participou de reunião com técnicos do Ministério da  Saúde e com representantes da Câmara dos Deputados, pediu agilidade em negociação com empresas uruguaias para suprir a demanda dos hospitais.

“No máximo hoje ou amanhã os medicamentos têm de estar chegando”, alertou.

Doutor Vicente Caropreso (PSDB) concordou com o colega e destacou o empenho dos representantes do estado em Brasília.

“Ficou bem claro que o ministério fará toda a negociação com a empresa uruguaia. Temos de agradecer a intervenção de duas pessoas, Carmen Zanotto (Cidadania) e do senador Esperidião Amin (PP), que pediram a união de todos, para esquecermos os partidos, que todos possamos ajudar o estado para superar esse momento”, reverberou o representante de Jaraguá do Sul.

Marcius Machado (PL) relatou o drama dos contaminados na Serra e cobrou a abertura das alas de hospitais públicos em Itajaí, Lages e Chapecó.

“Aqui em Lages a situação está caótica, até então estávamos felizes da vida, não tinha nenhum caso de falecimento”, revelou Marcius, acrescentando que nas últimas semanas morreram quatro pessoas. “Há uma contaminação gigantesca, (as pessoas) estão no mundo da carochinha, achando que essa contaminação é uma brincadeira”.

Segundo Marcius, a prefeitura de Lages já investiu R$ 800 mil para montar um hospital de campanha para fazer a triagem dos que apresentam sintomas.

“Um hospital em tendas, num frio danado! Precisamos da abertura imediata da nova ala do Hospital Teresa Ramos”, cobrou  o deputado, que citou as novas alas dos hospitais Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, e Lenoir Vargas Ferreira, de Chapecó.

Kennedy Nunes (PSD) leu no plenário mensagem que recebeu de Rafael Muller dos Santos, que contou ao parlamentar experiência de vizinha com a Covid-19.

“Minha vizinha foi confirmada com Covid, acordou debilitada, chamamos e vieram duas ambulâncias, uma de suporte básica e outra avançada, 100%. Mas daí começa o drama: ficou na ambulância entubada porque não tinha leito vago, os pacientes estão esperando em torno de quatro horas até parecer leito vago, o que este governo está esperando para ativar um hospital de campanha?”, perguntou o cidadão, segundo Kennedy.

“Em Santa Catarina são 44 mil infectados, 517 mortes e o maior número de casos ativos desde o começo da pandemia. Para se ter uma ideia, no final dessa semana foram 38 mortes. Percebemos que a doença avança para o interior do estado com muita força”, avisou Padre Pedro Baldissera (PT), que defendeu a realização de mais testes e uma estratégia unificada de combate à doença entre a União, estados e municípios.

“Quem vai para a UTI o trauma é muito grande, Deus ilumine a todos, que ninguém precise de entubação, de respiração artificial”, augurou Maurício Eskudlark (PL), que defendeu tratamento preventivo da Covid-19 com cloroquina e ivermectina, como Itajaí e Balneário Camboriú estão fazendo.

Por outro lado, o deputado Kennedy Nunes manifestou apoio às reivindicações do setor de ensino infantil privado, duramente atingido pela pandemia.

“Apoio a carreata dos donos de centros de educação infantil, estão querendo que o governo faça alguma coisa, para os públicos está tudo certo, as pessoas continuam ganhando em casa, a complicação é para os pais. Já os particulares, além de não poder cobrar mensalidade, não podem demitir as pessoas, está ficando um passivo sem resolver. O governo deveria dar condição de minimizar o problema”, sugeriu Kennedy.

Fernando Krelling (MDB), Luciane Carminatti (PT) e  Marlene Fengler (PSD) também defenderam ajuda ao setor.

“Em Joinville mais de mil crianças foram transferidas da rede privada para a pública. E quando começarem a fazer o movimento no público infantil? Precisam de apoio para manter as portas abertas”, apoiou Krelling.

“Estamos encaminhando uma audiência com a Secretaria de Estado da Fazenda  (SEF) para discutir a questão tributária e de crédito”, informou Carminatti, que como presidente da Comissão de Educação negocia com o setor.

“Apoio a manifestação, é um dos setores mais prejudicados, se não dá para voltar, tem de criar algum programa de apoio, eles não têm mais como se manter, precisam de benefícios fiscais, a perspectiva é de quebrar uma quantidade muito grande, para onde vão essas crianças depois?”, questionou Marlene.

Recuperação de rodovias
Valdir Cobalchini (MDB) cobrou do governo a recuperação das rodovias SC-350, entre a BR-116, Lebon Régis, Caçador até a BR-153; a SC-477, entre a BR-116, Major Vieira e Canoinhas; e a SC-305, de São Lourenço a Campo-Erê.

“Situação absolutamente desastrosa, não há mais condição de transitar”, garantiu Cobalchini, referindo-se à SC-350.

“Isso agora está com cada associação de municípios para fazer tapa-buraco, não sei o que está acontecendo, se falta dinheiro, mas não está sendo feito o tapa-buraco”, reclamou Nilso Berlanda (PL), que voltou a pedir atenção às rodovias que ligam Salto Veloso a Treze Tílias e Santa Cecília a Lebon Régis e Caçador.

“As chuvas pioraram as condições das estradas, é preciso fazer um grande esforço de recuperação em várias regiões”, avaliou Altair Silva (PP).

Já Maurício Eskudlark exibiu no telão do plenário vídeo sobre a rodovia que liga Caçador a Rio das Antas e lamentou que obras de recuperação dependam de financiamentos. “Infelizmente a situação é lamentável”.

UFSC
Jessé Lopes (PSL) ironizou notícia de que a reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) não curtiu moção de repúdio de sua autoria à universidade pela não volta às aulas e criticou live de professores da instituição sobre “não-binariedade”.

“Uma bizarrice, as pessoas pensam que é natural”, disparou Jessé.

A PF vem aí
Kennedy Nunes avisou que a Polícia Federal visitará o porto de Laguna para apurar denúncias que encaminhou em Brasília.

“Quando cheguei lá no ministério, o ministro mandou chamar a PF para investigar os portos. No porto de Laguna tem uma empresa que não tem CNPJ, não tem registro, licença da Anvisa, não tem notas, seguro, contrato e controle algum e está trabalhando no porto público de Laguna. A Polícia Federal está chegando aí”.

Vereador Chocolate
Altair Silva (PP) lamentou a morte do vereador Chocolate, de Xavantina.

“Ele faleceu vítima de câncer, já vinha se tratando há vários anos, fez a passagem na semana passada. Exerceu oito vezes consecutivas o mandato, é o vereador progressista com o maior número de mandatos seguidos no Brasil, trabalhou até mesmo quando perdeu totalmente a voz”, ressaltou Altair.

Nirton dos Santos
Kennedy Nunes, Luciane Carminatti, Jair Miotto (PSC) e Moacir Sopelsa (MDB) lamentaram a morte do pastor Nirton dos Santos, pai do deputado Ismael dos Santos (PSD).

“Foi presidente da Convenção Geral da Assembleia de Deus em Santa Catarina por anos, faleceu no sábado. Deixo minhas condolências à família Santos. O pastor Nirton era uma pessoa especial. O deputado Ismael, que acabou positivando com Covid, não pode acompanhar o velório do pai”, declarou Kennedy.

“Quero me solidarizar com o colega, por quem tenho profundo respeito e admiração”, anotou Carminatti.

“Um dos grande heróis da fé”, declarou Miotto, referindo-se ao pastor Nirton.

“Já tive a infelicidade de perder meu pai e minha mãe e sempre digo que as lágrimas secam, mas a saudade aumenta”, afirmou Moacir Sopelsa (MDB).

Jerônimo Antônio Fávero
Moacir Sopelsa lamentou a morte do amigo e pesquisador da Embrapa em Concórdia, Jerônimo Antônio Fávero.

“Perdi um grande amigo, Jerônimo Fávero, pesquisador da Embrapa. Convivi com ele, um dos pesquisadores do desenvolvimento do suíno light, com menos gordura, com ganho de peso extraordinário, esse pesquisador fez a sua parte e deixou esse legado para todos nós”.

Contorno de Seara
Sopelsa agradeceu o gesto do governo do estado de prosseguir as obras do contorno de Seara.

“Essa obra foi concluída no governo Moisés, mas foi feito o contorno e não foi licitada a ponte e agora, com apoio de todos da bancada do Oeste, o governador dá a ordem de serviço para construção da ponte, recursos na ordem de R$ 3 mi”, informou.

Casan: 0800 inativo
Fabiano da Luz (PT) denunciou que usuários da Casan em Bom Jesus e Cunha Porã não têm sucesso em registrar problemas no fornecimento de água no sistema 0800 da companhia.

“Estão reclamando por 0800 e as reclamações não aparecem nos registros, é preciso verificar se o sistema de denúncia está funcionando ou não”.

Spinraz no Oeste
Fabiano também informou que o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde encaminharam o credenciamento do Hospital de Concórdia para aplicação do medicamento Spinraz em pacientes com AME.

“A informação que recebi é que já solicitaram o credenciamento do Hospital de Concórdia para que as crianças do Oeste possam fazer aplicações lá”.

Irmã Anita
Doutor Vicente Caropreso repercutiu os 100 anos de nascimento da Irmã Anita, de Pomerode.

“Anita completaria este ano 100 anos, ela descende dos primeiros colonizadores, nasceu em 8 de julho de 1920 e após uma infância feliz, foi despertada para a vocação religiosa. Foi voluntária do hospital Santa Catarina, em Blumenau, em 1942. Foi ordenada em 1952 e trabalhou em Porto Alegre e Novo Hamburgo antes de atuar em Pomerode”, descreveu Caropreso.

Vítor Santos/AGÊNCIA AL

CATEGORIA
Compartilhar com

Comentário

Disqus ( )