Mortes em presídio de Manaus são destaque na imprensa internacional
Rbelião que deixou 60 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, no primeiro dia do ano, foi destaque nos principais meios de comunicação do mundo.
Jornal espanhol ‘El Mundo’ noticiou o motim que deixou 60 mortos em uma prisão de Manaus (Foto: Reprodução/elmundo.es).
A reportagem diz que os motins em prisões no Brasil são comuns, “mas o episódio de Manaus, que incluiu corpos decapitados sendo jogados dos muros da penitenciária, está entre os mais sangrentos das décadas recentes”.
O americano “New York Times” traz explicações sobre a briga de gangues que motivou o motim e afirma que rebeliões como essa tendem a se repetir à medida que o grupo paulista PCC estende seu alcance ao longo do país.
O britânico “Guardian” mencionou os relatos sobre corpos decapitados sendo jogados dos muros e vídeos que mostram dezenas de corpos mutilados empilhados no chão da prisão. “O sistema prisional brasileiro é precariamente superlotado e as condições em mjuitas instituições são horríveis”, conclui a publicação.
O espanhol “El Mundo” assinala que “a violência nas prisões brasileiras é um problema endêmico” e que “uma das principais razões é a massificação das cadeias, com presos confinados sem os mínimos padrões de higiene e segurança”.
O jornal lembra que a penitenciária onde ocorreu o motim tinha mais presos do que sua capacidade e cita dados que apontam que as prisões brasileiras abrigam 70% mais presos do que sua capacidade máxima.
Outro jornal espanhol, o “El País”, também destacou a superlotação carcerária e lembrou que no último mês de outubro enfrentamentos de facções dentro de uma prisão em Roraima deixou 25 mortos.
A publicação traz uma entrevista com um especialista em direitos humanos e cita dados sobre a população carcerária do Brasil, afirmando que é a quarta maior do mundo, atrás dos EUA, da China e da Rússia.
A CNN cobriu o assunto em seu site e no canal de televisão, citando o número de mortos, os reféns e as explicações dadas por autoridades.
O francês “Le Figaro” publicou que a rebelião é resultado de uma briga entre gangues, que a violência “foi de uma grande selvageria” e que o Brasil é regularmente criticado pela comunidade internacional por sua política carcerária.
Reportagem do argentino “La Nación” também citou a superlotação do sistema penitenciário brasileiro e destacou a violência do motim de Manaus, onde “muitos foram decapitados e todos sofreram muita violência para mandar um recado aos inimigos”.