Enviado pelo governo do Estado, PL da carreira do magistério não muda salário real da maioria dos professores

Enviado pelo governo do Estado, PL da carreira do magistério não muda salário real da maioria dos professores

Principal reivindicação da greve do magistério este ano, a descompactação da tabela salarial tem sido motivo de intenso debate entre professores e o governo do Estado. O executivo chegou a enviar um projeto de lei, que deu entrada na Alesc nesta segunda-feira, 19. Para surpresa de quem aguardava os novos valores, a tabela não altera o valor real da remuneração para a maior parte dos educadores, que seguirá estagnada. 

A medida é questionada pela deputada Luciane Carminatti, presidente da Comissão de Educação e Cultura, da Alesc. “Desde 2021, nenhum professor da rede estadual pode ganhar menos do que R$ 5 mil. O PL enviado pelo governo, coloca como piso R$ 4,6 mil, menos do que é pago atualmente. Qual o sentido de enviar um projeto que não terá efeito prático para os professores?” questiona a parlamentar. 

Remunerações conforme a nova tabela

Professores com ensino médio: R$ 4.600,00

Licenciatura curta: R$ 4.640,00

Licenciatura plena ou graduação: de R$ 4.720,00 a R$ 4.834,48

Especialização: de R$ 4.814,40 a R$ 5.287,75

Mestrado: de R$ 5.295.84 a R$ 6.302,92

Doutorado: de R$ 6.619,80 a R$ 9.059,65

Os únicos que vão acima do mínimo pago atualmente são professores com especialização no final da carreira e quem tem mestrado e doutorado. Hoje, cerca de 4,5% dos educadores são mestres e 0,5% doutores. 

“Na prática, esse projeto não descompacta a tabela. Contempla quem tem doutorado ou mestrado, que é uma parcela muito pequena dos professores. Quem está na sala de aula não receberá o tão aguardado aumento. Qual o sentido disso?”, lamenta Luciane. 

Outro ponto importante é que a tabela impacta apenas professores efetivos. A maior parte dos professores, cerca de 70%, não têm acesso à carreira porque é temporário. 

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