Novo primeiro-ministro francês nomeado esta sexta-feira
“O comunicado de nomeação do primeiro-ministro vai ser publicado esta sexta-feira de manhã”, anunciou o Eliseu
O Presidente francês comprometeu-se com os partidos reunidos, nos últimos dias, no Eliseu, que iria nomear um primeiro-ministro “nas próximas quarenta e oito horas”, ou seja, esta quinta-feira à noite. Depois de ter levado mais de dois meses para nomear Michel Barnier, Emmanuel Macron está a demorar tempo a escolher um novo líder para o seu executivo. Segundo o Eliseu, o sucessor de Michel Barnier vai ser nomeado amanhã de manhã.
Emmanuel Macron não nomeou o novo chefe de governo esta noite, “o comunicado de nomeação do primeiro-ministro vai ser publicado esta sexta-feira de manhã”, anunciou o Eliseu, no momento em que o chefe de Estado francês tinha acabado de aterrar perto de Paris, de regresso de uma visita de Estado à Polónia.
A França precisa de um governo de “frente republicana”, “sem extremos”, para “sair” da crise política, afirmaram cerca de trinta deputados independentes, centristas e socialistas.
Os principais líderes partidários estiveram reunidos nos últimos dias no Palácio do Eliseu, para encontrar um sucessor para Michel Barnier. De acordo com vários participantes, o Chefe de Estado francês queria nomear um novo primeiro-ministro em 48 horas, mas parece estar em dificuldades. Primeiro porque o Presidente excluiu desta reunião o partido de extrema-direita União Nacional e a França Insubmissa, que representam, juntos, 37% dos deputados com assento parlamentar. Depois porque Emmanuel Macron quer dar preferência aos partidos que estão dispostos a fazer compromissos para formar um governo de interesse geral.
O presidente do grupo de direita republicana, Laurent Wauquiez, acredita num acordo. “Embora eu espere que possa haver um acordo para, pelo menos, não derrubar um governo, não acreditamos na possibilidade de discutir um contrato de governo com pessoas que não partilham a mesma visão do que deve ser feito pela França”, defendeu.
Na reunião com Emmanuel Macron também estava presente a líder dos ecologistas, Marine Tonnelier, que descreveu o fracasso da reunião com o chefe de estado. “Não há compromissos, nem concessões. Não vos digo que não falámos. Muitos começaram a dizer que não havia uma linha vermelha. Mas, à medida que a reunião avançava, foram se formulando coisas que, sem lhes chamar linhas vermelhas, eram muito semelhantes. Posso dizer-vos que o campo presidencial não deu nenhum passo em frente”, descreveu.
Os ecologistas defendem onze tópicos e pedem garantias, nomeadamente no que diz respeito a questões de justiça social e ecológicas, destacando o compromisso assumido pela Nova Frente Popular: “Nós comprometemo-nos, se formos nomeados, a não usar o artigo 49.3”.
De forma mais geral sobre o princípio da não utilização do 49.3, Olivier Faure, o primeiro secretário do Partido Socialista, assinala um grande avanço por parte das outras formações políticas. “Temos a sensação de que as coisas avançaram bastante. Foi retomado por partidos como Horizon, pelo MoDem, foi evidentemente retomado pela esquerda. Pode haver aqui uma pista de aterragem para um novo método que permita ao Parlamento recuperar todos os seus direitos e que nos permita também procurar compromissos de forma justa”, descreveu o socialista.
Compromissos, sim, mas com base num princípio partilhado pelos três partidos da Nova Frente Popular, um ponto não que não negociável; que o primeiro-ministro seja escolhido das fileiras da esquerda.