“Reino Unido” quer lançar ajuda humanitária pelo ar e retirar crianças doentes da Faixa de Gaza
Numa conversa telefónica, o chefe do Executivo britânico, o Presidente francês e o Chanceler alemão discutiram a situação humanitária em Gaza, “que concordaram ser terrível”

O Reino Unido está a preparar-se para realizar entregas de ajuda humanitária pelo ar na Faixa de Gaza e retirar crianças que “necessitam de assistência médica”.
“O primeiro-ministro explicou como é que o Reino Unido vai levar por diante os seus planos para trabalhar com parceiros como a Jordânia, a fim de enviar ajuda por via aérea e retirar as crianças que necessitam de assistência médica”, refere um comunicado.
Numa conversa telefónica, o chefe do Executivo britânico, Keir Starmer, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o Chanceler alemão, Friedrich Merz, discutiram a situação humanitária em Gaza “que concordaram ser terrível”.
“Todos concordaram que seria vital garantir a existência de planos sólidos para transformar um cessar-fogo urgentemente necessário numa paz duradoura”, de acordo com uma nota divulgada por Downing Street.
Os líderes do Reino Unido, França e Alemanha “discutiram a sua intenção de trabalhar em estreita colaboração num plano que abriria caminho a uma solução a longo prazo e à segurança na região”. “Concordaram que, uma vez elaborado este plano, procurariam envolver outros parceiros importantes, incluindo na região, para o fazer avançar”, explica o comunicado.
O debate teve lugar um dia depois de o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, ter criticado a comunidade internacional por ter fechado os olhos à fome generalizada na Faixa de Gaza, apelidando-a de “crise moral que desafia a consciência mundial”.
Os grupos de ajuda humanitária alertaram para o aumento dos casos de fome, especialmente entre as crianças, na Faixa de Gaza, devastada pela guerra, que Israel colocou sob um bloqueio de ajuda em março, no âmbito da guerra em curso contra o Hamas. Esse bloqueio foi parcialmente levantado dois meses mais tarde. Desde então, a ajuda tem sido controlada pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e pelos EUA, sendo que mais de mil palestinianos foram mortos pelo Exército israelita enquanto esperavam ajuda.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos, a agência da ONU responsável pela ajuda alimentar, aproximadamente um terço dos habitantes da Faixa passam vários dias sem comer.