Assistência Social de Penha promove Semana de Combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Assistência Social de Penha promove Semana de Combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Aconteceu nesta quinta-feira, 18, o Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Em Penha aconteceram atividades durante toda a semana nas escolas estaduais, e na quinta, houve apresentações teatrais para os alunos das escolas municipais, nos períodos da tarde e da manhã, no Bailão do Silva. Em ambas as ocasiões, as equipes do CRAS e CREAS de Penha conversaram e debateram com os estudantes de 4ª e 5ª série, o público-alvo da campanha.A abertura oficial do Dia do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes teve a presença do prefeito Aquiles da Costa, e sua esposa, a primeira dama Luana Rocha da Costa, “embaixadora da assistência social” de Penha, além do secretário da pasta, Sérgio de Mello, e outras autoridades municipais, como os membros do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do município.“O objetivo da campanha é conscientizar as crianças para que não sejam vítimas de abuso, para que estejam preparadas para denunciar, e também se protegerem”, explica o secretário de assistência social de Penha, Sérgio de Mello. Além das palestras e da peça de teatro, outro instrumento da campanha foi uma panfletagem com material informativo distribuída nas escolas e órgãos públicos. Adesivos também foram distribuídos para serem utilizados pelas pessoas neste importante dia de conscientização.“Não podemos combater o abuso sexual das crianças apenas uma vez por ano. Temos que estar conscientes e alertas o tempo todo”, enfatizou Sérgio. Nesse sentido, tanto a sede da Secretária da Assistência Social, quanto o CRAS e o CREAS, além do Conselho Tutelar serão agora os órgão onde as pessoas podem encaminhar denúncias ou procurar ajuda nos casos de abuso infantil.

 História

Em 1973 um crime bárbaro chocou o Brasil. Seu desfecho escandaloso seria um símbolo de toda a violência que se comete contra as crianças. Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi sequestrada em 18 de maio de 1973. Ela foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O caso foi tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

 

Os acusados, Paulo Helal e Dante de Brito Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

 

A capital do estado era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

 

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte ainda causa indignação e revolta.

Mobilização para a data

O dia 18 de maio foi instituído em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. O evento foi organizado pelo Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (CEDECA/BA), representante oficial do Ecpat, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia. O encontro reuniu entidades de todo o país. Foi nessa oportunidade que surgiu a ideia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.

 

De autoria da então deputada federal Rita Camata (PMDB/ES) – presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional -, o projeto foi sancionado em maio de 2000.

Desde então, a sociedade civil em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes promovem atividades em todo o país para conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência sexual.

 

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

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