Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu é premiado
“Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu” é premiado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina – IHGSC
Conselheiros elegeram a publicação por suas informações inéditas e riqueza de detalhes numa obra que proporciona um legado de informação para as futuras gerações
O centenário Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina – IHGSC concederá à publicação “Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí”, o prêmio José Vieira da Rosa, de Geografia, edição 2017. A honraria será entregue em Sessão Solene de Encerramento do Acadêmico e Administrativo do IHGSC, no dia 5 de dezembro, na Casa José Boiteaux, sede do Instituto, em Florianópolis.
O Atlas premiado apresenta as características e diversidades culturais, sociais, ambientais e econômicas da foz do rio Itajaí-Açu, uma das mais importantes regiões para o desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, com detalhes inéditos e em diferenciadas composições gráficas. A publicação foi construída ao longo de dois anos, com apoio da antiga Fundação de Meio Ambiente – FATMA, atual Instituto de Meio Ambiente – IMA, e patrocinado pelo Estaleiro Itajaí S/A, por meio de compensação ambiental. A edição e organização do conteúdo produzido ficou à cargo do Grupo Acquaplan.
“Além de ser um belo material, o Atlas traz dados técnicos que podem embasar estudos de novos empreendimentos, sendo de grande importância para a região e também para o Estado”, explicou o então o presidente da FATMA, Alexandre Waltrick Rates, quando do lançamento da publicação, em 2017.
Para o coordenador geral do “Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu”, oceanógrafo Fernando Luiz Diehl, a premiação foi recebida com surpresa, honra e orgulho. “Esta honraria nos permite tranquilamente afirmar que, com este trabalho, viabilizamos um legado de conhecimento para as futuras gerações, que agora podem contar com informações socioambientais e econômicas da região da foz do rio Itajaí-Açu”.
Sobre o conteúdo
O “Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu” é resultado da reunião de documentos históricos das cidades de Itajaí e Navegantes, e de estudos recentes de aspectos socioambientais e econômicos das duas cidades, desenvolvidos em mais de dez anos e para diversos projetos, pelas empresas do Grupo ACQUAPLAN. Pesquisadores e colaboradores de universidades, institutos de pesquisa e órgãos públicos também assinam os textos, dispostos em mais de 300 páginas e com densa informação técnico-científica dinamicamente ilustradas por fotos, mapas e infográficos.
Seu conteúdo está distribuído em três grandes capítulos que destacam, respectivamente, aspectos físicos e naturais, aspectos socioeconômicos e qualidade e gestão ambiental. A publicação é introduzida por um histórico de ocupação e colonização da região e concluída por imagens históricas da foz do rio Itajaí-Açu, cedidas gentilmente pelas fundações culturais e arquivos históricos de Itajaí e Navegantes.
“Os colaboradores do Atlas debruçaram-se sobre documentos históricos para detalhar como a foz do rio Itajaí-Açu transformou-se neste importante polo portuário brasileiro”, explica Fernando Diehl.
O “Atlas Ambiental da foz do rio Itajaí-Açu” é uma realização da Chilicom Vídeo & Design, e produção e coordenação editorial do Grupo ACQUAPLAN. A conclusão da obra foi possível graças ao patrocínio da empresa Estaleiro Itajaí S/A, em atendimento ao processo de compensação ambiental do empreendimento, pelo uso de Área de Preservação Permanente – APP. “Trata-se de uma contribuição à comunidade dos municípios de Itajaí e Navegantes, para a educação e para o conhecimento técnico e cientifico da região”, diz a empresa, na apresentação da publicação.
Informações inéditas
Desde as primeiras referências da atividade portuária na foz do rio Itajaí, em 1816, e todos os passos para os processos de implementação dos portos de Itajaí e Navegantes, além de todas as operações de dragagens realizadas no canal de acesso entre 1958 e 2017, estão detalhadas para acesso público pela primeira vez no novo “Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu”.
O histórico de dragagem do Saco da Fazenda e o futuro da foz com dados sobre as obras recentes da nova bacia de evolução também compõem o capítulo ”Setor Portuário”, que apresenta um panorama completo e importante para conhecimento de toda uma geração de itajaienses e navegantinos direta ou indiretamente ligados à economia portuária há mais de 100 anos.
“Buscamos informações detalhadas das dragagens realizadas desde 1958, e agora tornamos pública a informação de que um volume de mais de 62 milhões de metros cúbicos de sedimentos já foi dragado do canal de acesso ao Complexo Portuário até este ano de 2017”, ressalta o coordenador editorial Fernando Diehl.
Informações sobre o farto patrimônio biológico da foz dão consistência ao Atlas, com dados atualizados que vão desde as características da Mata Atlântica remanescente na região à grande diversidade da vida marinha e estuarina além de questões relacionadas aos riscos ambientais e seu histórico de desastres naturais.
Imagens trazem à tona memórias importantes do desenvolvimento da foz do principal rio catarinense, lembrando o tradicional ciclo econômico da madeira, e os mais recentes dados dos ciclos da pesca e da construção naval portuária, apontam os rumos para o futuro.
Dados apresentados com o ineditismo, que deixam um legado de informação para as futuras gerações.
Reconhecimento estadual
A conquista do prêmio de Geografia “José Vieira da Rosa”, concedido pelo IHGSC, deu-se por iniciativa despretensiosa do professor e historiador itajaiense Edison D’Ávila. Reconhecida fonte de referência viva da história da região da foz do rio Itajaí, o professor é sócio e membro de seu Conselho Consultivo, e como tal entregou exemplares do Atlas à biblioteca especializada do Instituto.
“Imediatamente, a Comissão de Geografia inscreveu a obra para análise e possível concessão do prêmio anual de geografia, que é concedido pelo Instituto à melhor publicação em 2017 de SC nessa área, e logo após recebi a informação de que o “Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-açu” havia sido escolhido por unanimidade para receber o prêmio. Fiquei muito contente”, disse o professor em e-mail encaminhado ao coordenador geral Fernando Diehl.
A honraria ratifica as expectativas que o então governador Raimundo Colombo tinha da obra, ao escrever um dos prefácios na publicação. “O ‘Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu’ somará esforços nesse sentido (prevenção aos futuros trabalhos da Defesa Civil na região), sendo mais uma peça na engrenagem para promover um conhecimento ainda maior dessa importante região do Estado de Santa Catarina e o trabalho de prevenção da Defesa Civil”, escreveu Colombo.
Já o então presidente da FATMA, Alexandre Waltrick Rates, destacou a publicação como um investimento em Educação Ambiental. “Educar é um desafio imenso, tanto quanto aprender, por isso é de grande importância dispormos de instrumentos como este Atlas, que cumpre um papel social muito importante ao dispor todo seu conteúdo às atuais e futuras gerações”.
Lançamento oficial e distribuição
O lançamento oficial do “Atlas Ambiental da Foz do Rio Itajaí-Açu” foi realizado no dia 18 de agosto, pela FATMA e pelo Governo do Estado, na Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí – AMFRI, em Itajaí.
Após o lançamento, o Atlas foi distribuído para todas as bibliotecas e escolas públicas e particulares das cidades de Itajaí e Navegantes, assim como para outros municípios da região, que demonstraram interesse em receber o material.