Carmen Zanotto no Combate ao Coronavírus

Carmen Zanotto no Combate ao Coronavírus

A deputada federal Carmen Zanotto ( Cidadania-SC), relatora da comissão externa que acompanha as ações de prevenção e de emergência sanitária de combate ao coronavírus no Brasil, conversou com o Folha do Litoral.

  1. Deputada como à senhora foi da área da saúde no Estado, conhecendo bem a estrutura, pensa que o Governo do Estado está indo pelo caminho certo?

É muito difícil você dizer quem vai errar e quem vai acertar neste processo, repito, é um momento de muita unidade, unidade do setor produtivo, unidade dos gestores de saúde, gestores municipais com gestores estaduais, os secretários de saúde dos trabalhadores da saúde, dos prefeitos com o Governo do Estado enfim, de todos os seguimentos da sociedade brasileira, por isso, tudo precisa ser muito dialogado e construído no coletivo. Santa Catarina tem uma situação diferenciada eu poderia comparar com o estado do Amazonas que é o estado mais crítico agora.

Santa Catarina tem o desenho geográfico das macrorregiões de saúde dentro delas temos a rede hospitalar de saúde que tem unidade de terapia intensiva, tem os profissionais da área médica com expertise, da enfermagem e da fisioterapia para o enfrentamento, enfim, os profissionais da rotina do dia a dia da UTI já são habilitados para isso. A expansão dos leitos de UTIs estão se dando primeiro nas unidades hospitalares, ou seja, nos hospitais que já tem esse dia a dia dentro  da sua estrutura com UTIs. Agora, tudo também esta dependo do quantitativo de EPIs (equipamentos de proteção individual), que nós já temos e o que precisamos ter ainda, porque é uma situação mundial a dificuldade é muito grande; assim como a chegada dos respiradores para que os leitos de UTIs possam ainda ser expandidos, em um número muito maior e que tomara que nós não precisássemos utilizar esses leitos, mas eles precisam estar prontos para o enfrentamento.

2. O que poderia ser feito de diferente para melhorar?

Defendo que todas as estruturas hospitalares que já estão em fase de acabamento ou que com alguns investimentos poderiam estar disponíveis para o enfrentamento fosse aproveitada, por que digo isso. Porque isso fica para aquele município para aquela região, um hospital de campanha termina a pandemia ele vai embora, agora, se agente puder estar ativando todos os leitos desativados dos hospitais em especial os hospitais que tiveram investimento nos últimos anos como é o caso de: Chapecó, Xanxerê, Lages, Itajaí o Hospital Marieta entre outros.

O governo precisa preparar esta estrutura para deixar a disposição se necessário para o internamento destes pacientes, tanto em UTIs quanto nas enfermarias. Estamos discutindo no momento quais são os parâmetros desta pandemia com relação à necessidade de leitos de UTI no nosso estado e em cada estado brasileiro conforme a situação vem se apresentando.    

3. Parece que os índices, número de casos e óbitos alcançados por SC estão dentro do tolerável. O que a senhora atribui isso: ao preparo e ações do governo? A estrutura montada de equipamentos? E o isolamento social?

Eu não tenho dúvida  que os índices  que temos de taxas de ocupação de leitos de UTIs em SC se deram por algumas medidas que foram tomadas com relação às orientações dadas a população da importância do distanciamento social, da importância do isolamento social para alguns segmentos; com isso o estado reduziu a circulação de pessoas e com a redução das circulações das pessoas o vírus também circulou em menor intensidade, dando tempo dos serviços de saúde se organizarem e ainda estão se organizando e precisamos que eles estejam ainda mais organizados. Porque vamos enfrentar o inverno e não sabemos como este vírus vai se comportar no nosso estado no período de inverno e nossa grande preocupação é que possamos ter mais casos também neste período.

4. A senhora pensa que a nossa rede hospitalar e o SUS tem suporte, em leitos de enfermaria e UTI?

O total de leitos extras de UTI que estão sendo solicitados para Santa Catarina, além daqueles que já temos para atendimentos dos pacientes com outras patologias com outras doenças são 330 leitos de UTI. Com previsão de ampliação nos hospitais que nos já temos, tanto os hospitais públicos, estadual, municipais  ou a rede filantrópica prestadora de serviços são mais de 400 leitos de UTIs.

Temos trabalhado muito na comissão externa e o grande debate e busca de respostas é qual o número necessário de leitos de UTI conforme cada estado brasileiro, conforme a realidade das regiões brasileiras para que nós não tenhamos que disputar respirador entre um paciente e outro, ou seja, fazer a escolha tão difícil de quem vai viver e quem vai morrer se a situação for extremamente grave também no nosso estado. Então, temos alguns exemplos no país e que podemos também antecipar e nos organizar para não enfrentar o que algumas regiões do nosso próprio país já esta vivendo.

5. No município de Balneário Camboriú, não seria positivo reabrir o Hospital Santa Inês, deixando o Ruth Cardoso exclusivo para atender Coronavírus?

Com certeza, todas as estruturas hospitalares que puderem ficar prontas, como, por exemplo: hospital Marieta que está se organizando para ampliar ainda mais as obras, sendo agilizadas para termos mais leitos de UTIs disponíveis;  mais leitos de enfermarias. O ideal seria que todo aquele novo complexo, aquela nova ala ficasse pronta o mais rápido possível para estar a disposição do município de Itajaí e região para o atendimento dos pacientes que necessitem de UTI e de enfermarias, pudessem estar sendo atendidos.

Assim como, e se isso fosse possível, a abertura do Hospital Santa Inês como a abertura das demais unidades hospitalares da região, para o enfrentamento desta pandemia é o ideal sim. Agora, isso depende muito dos debates dos secretários municipais, dos senhores prefeitos da região; porque quem tem o conhecimento da realidade local e da localidade regional, são sim, os gestores de saúde, juntamente com os prefeitos, com os colegiados regionais de saúde, e a definição dada pela Secretaria de Estado de Saúde com relação o plano de contingência para o enfrentamento da pandemia. Lembrando que também para nós ter mais leitos de UTI precisamos ter respiradores e equipamentos de UTI suficiente e recursos humanos para fazer este atendimento.

Estive reunida com Governador Carlos Moisés, agradeci o  convite a ele para assumir a Secretaria de Saúde de Estado, disse que estou disposta a estar trabalhando pela saúde em especial no combate agora a esta pandemia (coronavírus), que assola o mundo, assola o nosso país e no nosso estado precisamos estar bem preparados. Assim apoiando com minha experiência de enfermeira, de gestora, de parlamentar junto ao governo do nosso estado, somando esforços com as demais instituições na busca incessante de soluções e recursos, para que juntos possamos enfrentar esta guerra com menor número de mortes possível.

Vejo com extrema importância continuar minhas atividades como relatora da comissão externa do combate ao coronavírus junto a Câmara Federal, onde estamos atuando fortemente desde o mês de fevereiro, mas isso não vai me impossibilitar de estar ajudando ainda mais nosso estado.

Tenho convicção que somente com unidade de todos, com solidariedade, desprendimento e com muito trabalho é que juntos vamos vencer esse inimigo comum. Por isso o nosso papel como cidadão individualmente vai interferir diretamente no que poderá acontecer no nosso Estado. Então, tudo aquilo que nos fizermos individualmente nos vamos estar fazendo para a nossa família, para a nossa comunidade, para a nossa cidade e para o nosso estado, por tanto todos os cuidados são fundamentais. Reitero que  estou sempre a disposição a qualquer momento atuando em Brasília  e aqui no Estado e tenho certeza que desta forma poderei estar ajudando muito mais o meu povo o povo de Santa Catarina e o Governo do Estado no enfrentamento desta pandemia.

Por: Lierge Coradini / Fotos: Assessoria de Comunicação.

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