Comando da Segurança Pública é convocado para falar sobre chamada de PMs
A distribuição aos municípios dos 500 novos policiais militares convocados pelo governo esteve no foco dos debates realizados durante a sessão plenária da manhã desta quinta-feira (24), na Assembleia Legislativa. Atendendo a um requerimento dos deputados Sargento Lima (PSL) e Kennedy Nunes (PSD), foi aprovado um pedido para que o coronel Charles Alexandre Vieira, que preside o Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial, venha à Alesc falar sobre o tema.
Sargento Lima e Kennedy Nunes se disseram surpresos diante das supostas discrepâncias no planejamento do governo do Estado para o destacamento dos efetivos entre as Regiões de Polícia Militar (RPM). Como exemplo, Lima citou que a 3ª RPM, sediada em Itajaí, receberá 79 policiais, enquanto a 17ª RPM, que atende Joinville, receberá sei profissionais.
Para eles, acima dos critérios objetivos, pode estar ocorrendo favorecimento político, uma vez que algumas das cidades beneficiadas seriam bases eleitorais de nomes ligados à estrutura do governo. “Vou dissecar essa lista por deputado, não vai ser por região”, ressaltou Lima.
“Ouvi de vereadores de Indaial que naquela região está aumentando muito a violência contra a mulher e lá não tem nenhuma Pfen [policial feminina]. Sargento Lima tem toda razão em mostrar para Santa Catarina a forma politiqueira com que o governo está tratando essa questão”, acrescentou Kennedy Nunes.
Para Lima, os comandantes das regiões e de batalhões deveriam ser consultados sobre as necessidades locais. A argumentação obteve o apoio de outros deputados.
“Realmente, essas coisas não podem ser por indicação, mas para atender onde tem necessidade”, disse Ada de Luca (MDB).
“Já fiz um levantamento e o Grande Oeste está abandonado, injustiçado. Lá não enxergamos as estruturas de segurança pública como Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil. Precisamos, de fato, fazer um estudo disso, ver quais os critérios de distribuição”, afirmou Luciane Carminatti (PT).
O deputado Coronel Mocellin (PSL), por sua vez, declarou que o governo deve ter utilizado como critérios o número de habitantes dos municípios e dados do mapa de criminalidade. Ele até mesmo se comprometeu a buscar informações mais precisas sobre a questão, mas ao final prevaleceu a proposta de convocação de Charles Alexandre Vieira.
Sargento Lima, Coronel Mocellin e Luciane Carminatti, durante a sessão desta quinta-feira (25).
FOTO: Solon Soares/Agência AL