“Dia muito triste.” Portuguesa relata “grande tragédia” e “operação policial gigantesca” em Graz após ataque em escola
Teresa Costa Alves fala num grande “pesar” e “consternação” numa cidade “muito pacata e pequena”

“Um dia muito triste, um choque muito grande.” É assim que Teresa Costa Alves, uma portuguesa que vive em Graz, na Áustria, desde 2017, descreve o ataque numa escola que “apanhou toda a gente de surpresa” e que deixou a cidade “consternada”. De acordo com as autoridades austríacas, o ataque causou a morte a 11 pessoas, incluindo o seu autor, que se suicidou, e feriu 12, algumas com gravidade.
O autor do ataque é um ex-estudante de 21 anos do estabelecimento de ensino secundário em causa que não completou os estudos e que tinha duas armas.
“Graz é uma cidade muito pacata, uma cidade pequena, são 300 mil habitantes, com muitos estudantes internacionais, muitas famílias, crianças pequenas. É uma cidade que vive em torno deste sentido de comunidade que, de um momento para o outro, foi vítima de uma grande tragédia. Eu moro a 300 metros da escola e o meu escritório fica a um quilómetro. Desde cerca das 10h00 que se ouvia uma operação policial gigantesca, muitíssimas sirenes, a cidade mobilizou-se toda e a Áustria tem essa capacidade de mobilização rápida”, conta Teresa Costa Alves.
Estudantes e cidadãos fazem esta quarta-feira uma homenagem às vítimas na escola onde aconteceu o ataque. Emocionada, a portuguesa afirma que o clima que se vive é de muita tristeza.
“Aqui no nosso bairro, sente-se o pesar, a consternação. Há muitas crianças e adolescentes a irem ao portão da escola deixar flores, deixar velas, acender velas e prestar uma homenagem”, refere.
Uma bomba caseira com defeito foi encontrada na casa do austríaco de 21 anos que matou nove pessoas na terça-feira na sua antiga escola em Graz, informou esta quarta-feira a polícia.
A bomba foi apreendida durante uma busca à casa do atirador, informou a polícia, numa altura em que prossegue a investigação para determinar os motivos do jovem que se suicidou na casa de banho após o crime.
O chanceler austríaco, Christian Stocker, decretou três dias de luto nacional na sequência da tragédia, falando num “dia negro” para a história do país.
O jornal Kronen Zeitung indicou que o tiroteio começou por volta das 10h00 locais de terça-feira (09h00 em Lisboa) e que o suposto agressor disparou em duas salas de aula diferentes.