Estudo apresenta alternativas para modernizar tratamento de água em Itajaí

Estudo apresenta alternativas para modernizar tratamento de água em Itajaí

As Estações de Tratamento (ETAs) I e II, no bairro São Roque, serão modernizadas com o objetivo de levar água sem turbidez e sem salinidade para a população de Itajaí. Os estudos que vão servir de base para as obras foram desenvolvidos ao longo de oito meses de intenso trabalho pela Hidrosan Engenharia, empresa responsável por mais de 200 projetos na área. Os resultados das avaliações, assim como as soluções propostas e os novos procedimentos a serem adotados, serão apresentados em capacitação nos dias 16 e 17 de abril, no Auditório da Prefeitura Municipal de Itajaí.

O treinamento começa na terça-feira, às 8h da manhã, com a explanação de conceitos em tratamento de água, seguido da apresentação do projeto elaborado e abertura para questões. O segundo dia é dedicado à explicação do que muda na operação das ETAs após a reforma. O encerramento é feito pela Magnus Engenharia, responsável pelo projeto de reforma arquitetônica da parte administrativa das unidades.

As reformas propostas são relacionadas, principalmente, à captação e ao tratamento. A análise abrange desde os métodos de tomada no canal retificado do Rio Itajaí-mirim até a qualidade final da água que é enviada à população pela rede.

O estudo foi dividido em três fases. A primeira foi focada em diagnósticos, que abrangeram as condições hidráulicas, as instalações elétricas e o laudo de inspeção preliminar estrutural. O aspecto hidráulico inclui diversos ensaios que determinam a composição química da água após cada etapa do tratamento, além de avaliações da ação de diferentes produtos.

Após a primeira etapa, um relatório parcial foi apresentado ao Semasa e discutido em reuniões com os especialistas da autarquia ainda em 2018. Em seguida, as análises estruturais e as primeiras estratégias de otimização foram desenhadas, no decorrer da segunda etapa. Os dados obtidos foram utilizados na elaboração do projeto básico, que é entregue acompanhado de um manual de operação para as ETA’s.

Os trabalhos da Hidrosan se encerram então neste evento, que vai incluir também a apresentação do orçamento, que leva em consideração o planejamento a curto, médio e longo prazo. O orçamento se refere às necessidades de investimentos estruturais, elétricos, hidráulicos e afins. Os dados apurados servem de subsídio para a contratação futura da execução do projeto, por licitação.

A ETA São Roque I foi inaugurada em 1978 e é responsável pela maior parte do abastecimento de água de Itajaí e Navegantes. Uma ampliação realizada em 2012 deu origem à segunda unidade de tratamento dentro do mesmo complexo. Juntas, as ETAs I e II possuem a capacidade de tratar 1.100 litros por segundo. 

A turbidez e a salinidade ocasionais são dois dos principais desafios enfrentados pelos pesquisadores na busca de soluções. A água bruta captada do Itajaí-mirim é tratável pelos métodos convencionais na maior parte do tempo, mas atinge uma turbidez fora dos padrões em épocas de chuva intensa.

A aparência marrom não implica necessariamente em risco para a saúde da população. Os verdadeiros perigos biológicos só podem ser determinados com exames em laboratório, que identificam os organismos patogênicos. A Portaria de Consolidação nº 5, do Ministério da Saúde, determina que “toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração”.

Na avaliação da doutora em Engenharia Hidráulica e Saneamento Angela Di Bernardo, que está realizou ensaios in loco neste projeto, “o rio Itajaí-mirim fornece potencial para que a operação das ETAs de São Roque se torne uma referência de boas práticas no cenário brasileiro”.

A empresa Hidrosan, do doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento Luiz Di Bernardo, foi contratada por meio de licitação, tendo como critérios preço e técnica. Di Bernardo é autor da obra Métodos e Técnicas de Tratamento de Água, que já está na 3ª edição e é uma das principais bibliografias utilizadas em cursos na área.

A análise é vista de maneira muito positiva pelo diretor-geral do Semasa, Diego Antônio da Silva. “Nosso trabalho depende da mais alta qualidade técnica para entregarmos serviços à altura do crescimento de Itajaí. Contar com a expertise de quem é referência em tratamento de água reafirma a superação constante de desafios que faz parte do nosso dia-a-dia.”, ressalta.

Semasa

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