Megaoperação policial contra facção ligada ao tráfico de drogas
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (31) uma operação gigantesca para enfraquecer financeiramente o maior grupo de traficantes de drogas do país, bloqueando cerca de R$ 252 milhões que esconderam em inúmeras contas bancárias.
Mais de mil policiais cumpriram desde cedo 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão em 19 estados brasileiros nos quais opera o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa brasileira, de origem paulista.
Os investigadores identificaram os responsáveis pela lavagem de dinheiro do tráfico dentro do PCC. Enviava-se parte dos lucros para várias contas bancárias, de forma a “recompensar membros da facção recolhidos em presídios”, divulgou a polícia em comunicado, qualificando a operação como a maior da história do país contra traficantes de drogas.
“Foram identificados 210 integrantes do alto escalão da facção, recolhidos em Presídios Federais, que recebiam valores mensais por terem ocupado cargos de relevo na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, execuções de servidores públicos”, acrescentou a corporação.
Os valores desse “auxílio” variavam de acordo com a função de cada membro e o tipo de trabalho que desempenhava no momento em que foram presos.
Para tentar burlar o controle, essas recompensas foram depositadas nas contas de terceiros, que não fazem parte do PCC.
No total, a justiça ordenou o bloqueio de R$ 252 milhões de reais em contas vinculadas à organização, e confiscou mais de R$ 6 milhões em dinheiro.
O objetivo das operações desse tipo é “sufocar o patrimônio” das facções para dificultar suas atividades, explicaram os policiais em entrevista coletiva no estado de Minas Gerais.
O PCC foi criado em 1993 em São Paulo. Hoje, com mais de 30 mil associados, está presente na maioria dos estados do país, e também atua no tráfico internacional, enviando drogas para Europa, África e Ásia.
Desde 1999, seu líder máximo, Marcos Willians Herbas Camacho, ‘Marcola’, cumpre pena de mais de 200 anos de prisão.
Ele está em um presídio de segurança máxima em Brasília desde o último ano.
Em 2006, o grupo foi responsável pela maior onda criminosa já registrada no país, vista como reação do grupo aos planos de transferência de Marcola e de outros 700 líderes do grupo para prisões de segurança máxima.
Os integrantes do PCC atacaram delegacias e viaturas policiais, e no dia seguinte ampliaram os ataques. Em três dias, foram registrados cerca de 200 ataques, que deixaram cerca de 90 mortos.
(Arquivo) O líder do PCC, Marcos Camacho, conhecido como ‘Marcola’.
AFP / Sergio LIMA