No Planalto Norte, Paulinha cobra compromisso com a vida das mulheres e com o desenvolvimento regional
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina deu início nesta terça-feira (5) à edição da Alesc Itinerante no município de Mafra. A deputada estadual Paulinha (Podemos) protagonizou um dos discursos mais contundentes do primeiro dia de atividades. Com firmeza, a parlamentar defendeu o combate à violência contra a mulher e reiterou seu compromisso com as pautas do Planalto Norte catarinense.

Paulinha abriu sua fala ressaltando o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, e reforçou a importância da Lei Maria da Penha, que completa 19 anos neste mês. Ela chamou atenção para os números alarmantes em Santa Catarina: foram mais de 15 mil casos de violência contra a mulher registrados em 2024, e apenas entre janeiro e junho de 2025, já são mais de 15.900 novas ocorrências, totalizando quase 37 mil casos em um ano e meio.
Em relação aos feminicídios, o cenário também é grave. Foram 51 casos em 2024, outros 23 até junho de 2025 e seis somente na última semana. “Esses números escancaram uma realidade que exige ação urgente e contínua”, alertou.
A deputada também denunciou a violência política de gênero, citando dados do IBGE que apontam que 24% das mulheres na política já sofreram violência. Ela lembrou o recente episódio envolvendo a vereadora Marceli Mates, presidente da Câmara de Anitápolis, que foi agredida por um colega parlamentar. “É inadmissível. E, pior, o agressor ainda tentou se colocar como vítima”, lamentou.
Outro caso lembrado por Paulinha foi o de um homem de 34 anos que morreu após defender uma amiga vítima de assédio em Balneário Camboriú. “O silêncio e a omissão também matam. Precisamos reforçar uma cultura de proteção às mulheres. Assédio não pode ser ignorado. Precisamos reagir”, defendeu Paulinha, cobrando o avanço do projeto “Não Se Calem”, de sua autoria, que trata do combate ao assédio em ambientes públicos.
Ela também frisou que a violência contra a mulher não tem lado político. “Mulheres de direita apanham e são mortas. Mulheres de esquerda também. A violência não tem partido. Falar, denunciar, não é mimimi. É necessário”, reforçou, defendendo ainda o fortalecimento do Observatório da Violência Contra a Mulher e das Procuradorias da Mulher em mais de 200 câmaras municipais de Santa Catarina.
Em sua fala, Paulinha também valorizou a presença da Alesc na região. “O Planalto Norte não tem hoje um deputado estadual filho da terra, eleito diretamente daqui, como acontece em outras regiões. Por isso, merece nosso apoio coletivo”, pontuou.
Entre as demandas destacadas pela deputada, estão:
A legalização da compra direta do tabaco dos produtores;
A recuperação da SC-120 entre Canoinhas e Caçador, que está em fase de planejamento e precisa de orçamento;
Novos investimentos nos hospitais de Mafra, Porto União, Rio Negrinho e Canoinhas;
Ampliação do programa Universidade Gratuita para além dos cursos de medicina, garantindo acesso à educação superior a mais jovens da região.
Paulinha finalizou o discurso chamando atenção para o potencial de uma nova economia: a produção de medicamentos à base de cannabis. “Com a regularização pela Anvisa, esse mercado será mais rentável que o fumo. E a Epagri precisa estar pronta para apoiar nossos agricultores nessa nova oportunidade”, concluiu.
A Alesc Itinerante permanece em Mafra até o dia 6 de agosto. Durante toda a semana, a deputada Paulinha segue com compromissos na região, cumprindo um roteiro de visitas e reuniões até o fim de semana.