Pilotos pouco esperientes e queda de aviões?

Pilotos pouco esperientes e queda de aviões?

Escassez de pessoal e tendências de trabalho na aviação global para 2025

À medida que entramos em 2025, o setor de aviação se prepara para enfrentar uma séria escassez de mão-de-obra. Segundo o Global Services Forecast, até 2041, a indústria precisará de cerca de 585.000 novos pilotos, e, com o ritmo atual de recrutamento, as companhias aéreas começam a se preocupar que esses números possam ser difíceis de alcançar, se não impossíveis.

Essa preocupação se estende a outras áreas operacionais, como manutenção, onde o déficit nos Estados Unidos é estimado em 24.000 profissionais e deve aumentar nos próximos anos.

A recuperação pós-pandêmica, os avanços tecnológicos e as pressões por sustentabilidade são fatores que contribuem para esse desafio, levantando a questão de como poderíamos abordá-lo de forma diferente em 2025.

O gap na força de trabalho da aviação é amplificado pelo aumento da demanda por viagens aéreas. À medida que o número de passageiros está prestes a retornar (ou até mesmo superar) os níveis pré-pandemia, a indústria se prepara para um aumento ainda maior na demanda, especialmente em economias emergentes como China, Índia e Brasil.

Repensando os Esforços de Treinamento

Para lidar com a escassez de habilidades, empresas de aviação precisam repensar como treinam e desenvolvem suas equipes. Esse é um desvio histórico das abordagens tradicionais, que costumam ser de “um tamanho único”, para modelos de aprendizado personalizados.

“Percebemos que uma abordagem mais personalizada é fundamental para aumentar o engajamento dos funcionários, provando capacitar indivíduos a crescer de maneira que alinhe com os objetivos pessoais e organizacionais. Na verdade, empresas que priorizam iniciativas de aprendizado personalizado estão experimentando taxas de rotatividade mais baixas,” afirma Bouzougarh.

Embora as maiores transportadoras estejam recuperando seu ritmo após a pandemia, as companhias aéreas regionais continuam a enfrentar desafios de pessoal, algumas ainda tendo que oferecer bônus substanciais para atrair novos pilotos.

Companhias menores, apesar de recursos limitados em comparação com seus concorrentes maiores, também estão adotando passos ativos para abordar a escassez de habilidades, formando parcerias estratégicas com provedores de treinamento, oferecendo caminhos de aprendizagem personalizadas e encorajando uma gama mais diversa de candidatos a seguir carreiras na aviação.

Da Automação à Atualização de Habilidades

As longas linhas de qualificação (por exemplo, dois anos para o treinamento básico de pilotos no Reino Unido e até quatro anos para controladores de tráfego aéreo) contribuem para o gargalo no fluxo de talentos da aviação.

No entanto, a automação e a inteligência artificial podem aliviar algumas dessas pressões. Simuladores de voo, por exemplo, aceleram o processo de treinamento, permitindo que os aspirantes a pilotos adquiram experiência prática sem os riscos associados à pilotagem de uma aeronave real.

Carlos Ferreira – AEROIN

Negligência de Pilotos e Queda de Avião: Entenda tudo sobre o assunto

O que é acidente por negligência?

Negligência é um termo jurídico comum que descreve a falha em agir com o cuidado razoável esperado em determinada situação.

Em termos simples, é a omissão de ações que uma pessoa prudente tomaria para evitar danos a outros.

Na aviação, a negligência pode se manifestar de várias formas, incluindo:

  • Falta de Procedimentos: Ignorar ou não seguir procedimentos operacionais padrão.
  • Erros de Comunicação: Falhas na troca de informações críticas entre a tripulação e o controle de tráfego aéreo.
  • Manutenção Inadequada: Falha em realizar ou verificar a manutenção necessária da aeronave.
  • Fadiga e Sobrecarga de Trabalho: Pilotos sobrecarregados ou cansados podem cometer erros devido à falta de concentração.

Acidentes Aéreos por Falha Humana: Dados estatísticos

Dados recentes sobre acidentes aéreos mostram que a falha humana continua a ser uma das principais causas de acidentes.

De acordo com a Aviation Safety Network (ASN), cerca de 70% a 80% dos acidentes aéreos estão relacionados a erros humanos.

International Air Transport Association (IATA) também destaca que a maioria das falhas de segurança está ligada a decisões e ações humanas.

Estatísticas Relevantes:

Em 2022, a ASN relatou que 76% dos acidentes aéreos foram atribuídos a fatores humanos.

  • Dados da IATA de 2023 mostraram que 85% dos acidentes aéreos estavam ligados a erros humanos, incluindo falhas na operação e na manutenção.

Esses dados indicam uma tendência preocupante, mesmo com os avanços na tecnologia e na formação de pilotos.

A negligência do piloto continua a desempenhar um papel crítico na segurança da aviação.

Casos Reais de Acidentes Aéreos por Negligência

Abaixo seguem alguns exemplos de casos famosos de acidentes que chocaram o Brasil e tive como principal causa a falha humana:

  • Voo da Banda Mamonas Assassinas (1996)

O acidente envolvendo o Learjet 25 da banda Mamonas Assassinas ocorreu em 2 de março de 1996 e é um dos casos mais conhecidos de negligência na aviação brasileira.

O jato executivo que transportava os membros da banda e a equipe caiu em uma área montanhosa na Serra da Cantareira, em São Paulo, resultando na morte de todos a bordo.

As causas do acidente foram:

  • Negligência na Navegação e Planejamento: O piloto não fez a devida verificação da rota e das condições meteorológicas. O voo não foi planejado adequadamente para enfrentar o terreno e as condições atmosféricas.
  • Condições Meteorológicas: O acidente ocorreu em condições de visibilidade reduzida, com o piloto não sendo capaz de evitar a colisão com o terreno montanhoso.
  • Falta de Instrumentação Adequada: A aeronave não estava equipada com os instrumentos necessários para navegação segura em condições adversas.

O acidente trouxe à tona a importância de seguir rigorosamente os procedimentos de navegação e a necessidade de uma avaliação detalhada das condições meteorológicas antes do voo.

Também destacou a importância do treinamento adequado para pilotos, especialmente em situações adversas.

  • Voo 3054 da TAM (2007)

Voo 3054 da TAM foi um acidente aéreo ocorrido em 17 de julho de 2007. Um Airbus A320 que operava o voo da TAM Linhas Aéreas colidiu com um prédio da empresa em São Paulo após um pouso mal sucedido.

As causas do acidente foram:

  • Negligência na Manutenção: Problemas nos freios da aeronave e falhas na manutenção dos sistemas de controle.
  • Erro do Piloto: Falhas na execução dos procedimentos de pouso e falta de resposta a falhas do sistema.
  • Condições Meteorológicas: O pouso foi feito sob condições adversas, aumentando a dificuldade e os riscos.

O acidente resultou na morte de 199 pessoas e gerou uma grande discussão sobre a manutenção de aeronaves e o treinamento de pilotos. O caso levou a reformas nas práticas de manutenção e segurança nos aeroportos brasileiros.

  • Voo de Marília Mendonça (2021)

Voo 7 da Heliservice, que transportava a cantora Marília Mendonça, caiu em 5 de novembro de 2021. A aeronave, um Helicóptero King Air B200, se acidentou em uma área montanhosa de Minas Gerais, Brasil, resultando na morte de todas as cinco pessoas a bordo.

As causas foram:

  • Negligência na Manutenção: Investigações iniciais indicaram falhas na manutenção e inspeção da aeronave, além de possíveis erros nos procedimentos operacionais.
  • Condições Meteorológicas: Embora o clima adverso também tenha contribuído, a falta de preparo e a negligência na avaliação das condições meteorológicas foram fatores críticos.

O acidente gerou uma onda de críticas e uma revisão dos protocolos de segurança para operações de helicópteros, destacando a importância da manutenção rigorosa e da verificação das condições meteorológicas antes dos voos.

A tragédia também levantou questões sobre a responsabilidade das empresas de transporte aéreo em garantir a segurança das operações.

Medidas de Prevenção e Melhorias

Com base nos dados e nas análises dos acidentes, várias medidas foram implementadas para minimizar a negligência e melhorar a segurança:

Formação e Treinamento:

  • Treinamento de CRM (Crew Resource Management): Programas de CRM focam na comunicação e no trabalho em equipe entre pilotos e outros membros da tripulação.
  • Simuladores de Voo: Treinamentos em simuladores ajudam os pilotos a lidar com situações de emergência e falhas dos sistemas.

Procedimentos Operacionais:

  • Checklists RigorososAdoção de procedimentos de checklist para garantir que todos os procedimentos sejam seguidos corretamente.
  • Procedimentos de Comunicação: Melhoria na clareza e na precisão da comunicação entre a tripulação e o controle de tráfego aéreo.

Tecnologia e Manutenção:

  • Sistemas de Alerta: Implementação de sistemas de alerta para monitorar e informar sobre possíveis falhas e problemas.
  • Manutenção Rigorosa: Exigências de inspeções e manutenções regulares para garantir a segurança e a integridade das aeronaves.

Fadiga e Bem-Estar:

  • Regulamentação de Horários: Limitação de horas de voo e períodos de descanso para evitar a fadiga da tripulação.
  • Apoio Psicológico: Programas de apoio para lidar com o estresse e a pressão do trabalho.

Conclusão

negligência do piloto continua a ser uma das principais causas de acidentes aéreos, mesmo com os avanços na tecnologia e na segurança.

A análise de acidentes históricos revela a importância de seguir rigorosamente os procedimentos de segurança, de realizar treinamentos adequados e de implementar tecnologias e práticas que ajudem a minimizar o impacto de erros humanos.

O setor da aviação deve continuar a aprender com os acidentes passados e a adotar medidas proativas para garantir a segurança dos voos.

compromisso com a segurança e a constante melhoria são essenciais para manter o transporte aéreo como um dos meios mais seguros e eficientes de viajar.

VLV Advogados

CATEGORIA
Compartilhar com

Comentário

Disqus ( )