RESIDUÔMETRO: Meio Ambiente disponibiliza informações em tempo real
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) apresenta novo sistema de informações com dados em tempo real do manejo de resíduos sólidos em Florianópolis, informa o superintendente de Gestão de Resíduos, Ulisses Bianchini. O Residuômetro, produto criado com a ferramenta Power BI sobre banco de dados da Comcap desde 2010, é resultado da dissertação do engenheiro sanitarista e ambiental Bruno Vieira Luiz, no mestrado em Clima e Ambiente, do Instituto Federal de Santa Catarina.
Desde 2014, a Comcap mantém no site informações sobre valorização de resíduos por meio da reciclagem e compostagem com percentual de desvio do aterro sanitário. Ano passado, grupo de trabalho coordenado pelo assessor técnico Wilson Cancian Lopes assumiu o desafio de tornar o sistema inteligente, conectando-o à base do Sistema de Coleta de Resíduos (Siscore) com atualização de dados em tempo real.
Bruno Vieira Luiz, mestrando do Ifsc, que estuda alternativas tecnológicas para a gestão dos resíduos com base na emissão de gases poluentes de modo a reduzir o impacto sobre o clima, liderou a construção do sistema já disponível para consulta no site www.pmf.sc.gov.br/comcap.
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Contou com apoio do administrador e pós-graduando em Data Science e Decisão pelo Insper Igor Luna Detoni que trabalhou, de forma voluntária, sobre o banco de dados da coleta, integrando-o à ferramenta Power BI. Com isso, explica Bruno, agora é possível gerar relatórios de indicadores internos, de gestão, e externos, de transparência.
O Residuômetro torna mais fácil, inteligente e visual a apresentação das informações de interesse público no portal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Também facilita a gestão interna ao dotar a Superintendência de Gestão de Resíduos de ferramenta para cruzar dados da operação. Todos os dados registrados no Siscore podem ser manuseados de modo mais intuitivo e visual, facilitando os controles de resultados do trabalho de motoristas e garis.
Informações e metas da cidade
“Florianópolis é a capital que mais recicla no Brasil e a primeira a assumir as metas lixo zero para 2030. Precisamos mergulhar no ecossistema de inovação para tornar essa jornada transparente e, acima de tudo, para compartilhá-la com todos”, aponta o secretário municipal do Meio Ambiente, Fábio Braga. “As metas de reciclagem são da cidade e o Residuômetro permite acompanhar o avanço dia a dia.” No Residuômetro, é possível apurar, por exemplo, quanto cada bairro gerou de rejeitos
Segundo Braga, agora que a SMMA unifica os serviços e políticas de saneamento e educação ambiental, essa matriz de informações inteligentes e em tempo real será aplicada também aos demais setores de drenagem, esgotamento sanitário e abastecimento d’água para constituir o Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico.
Consulta inteligente no Residuômetro
O Residuômetro oferece consulta por período com dados sobre a geração de resíduos nas frações recicláveis, orgânicos e rejeitos na cidade toda ou por bairro. Na mesma tela, relaciona valores economizados com aterro sanitário e redução na emissão de carbono equivalente.
“O sistema permite enxergar a importância de separar os resíduos para reciclagem. A cidade gasta menos com o lixo e ganha muito em desempenho ambiental e social”, aponta Bruno Vieira Luiz.
A gestão dos resíduos sólidos urbanos, explica ele, tem relação direta com o aquecimento global, na medida em que permite a redução das emissões de gases de efeito estufa oriundos da decomposição dos resíduos em sua destinação final. Além disso, ao permitir o reaproveitamento de materiais, a correta gestão dos resíduos reduz a exploração de matérias primas e evita gastos desnecessários de energia.
Por exemplo, usando o dado mais geral de 1º de janeiro de 2010 a 31 de março de 2021, foram coletadas mais de 1 milhão de toneladas de lixo em Florianópolis. Com a recuperação de 64 mil toneladas de recicláveis secos e de 17 mil toneladas de orgânicos, 7,9% dos resíduos deixaram de ir para o aterro sanitário, permitindo economia de R$ 12,8 milhões com aterro sanitário e reduzindo em 170 mil toneladas a emissão de gases poluentes.
Sem contar os ganhos em renda para as associações de triadores, com a reinserção dos materiais no ciclo econômico, e com as práticas de compostagem e agricultura urbana.