Secretaria de Saúde divulga boletim inédito sobre violência em Itajaí
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Itajaí concluiu o boletim sobre violência no município na última década. O documento completo está disponível para consulta online e apresenta uma série histórica das situações de violência notificadas entre 2009 e 2018. Entregue à Secretaria de Saúde de Itajaí na sexta-feira (24), o boletim busca sensibilizar e orientar a população, bem como os profissionais de saúde sobre a prevenção das violências.
O boletim foi pactuado no Plano Municipal de Saúde 2018-2022 e apresenta informações sobre as notificações de violência interpessoal e autoprovocada, obtidas no banco de dados municipal do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O boletim também traz os tipos de violência: física, psicológica/moral, sexual, tortura, financeira/econômica, negligência/abandono, tráfico de seres humanos, trabalho infantil e intervenção legal.
“Espera-se que a divulgação destes dados possa contribuir para a definição de uma política de atenção e assistência mais qualificada, como também para a elaboração de estratégias mais eficazes de prevenção deste agravo em saúde”, ressalta a coordenadora da Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência de Itajaí, Thamara Garcia Del Mir.
Dados de violência
Conforme os dados apresentados no boletim epidemiológico, a partir de 2011, quando foi implantada a Vigilância das Violências em Itajaí, o número de casos notificados cresceu consideravelmente. Do total de 5.413 notificações de violência interpessoal e autoprovocada registradas na década, 2.367 (43,72%) foram por negligência/abandono; 2.036 (37,61%) foram por violência física; 1.091 (20,15%) foram casos de violência autoprovocada; e 830 (15,33%) foram de violência psicológica/moral, entre outras. Além disso, a maior parte dos casos de violência notificada (68,58%) ocorreu na própria residência das vítimas.
Em Itajaí, crianças e adolescentes (de 0 a 18 anos) representam o público mais vulnerável e com maior índice de notificação, apresentando 2.750 casos, o que corresponde a 50,8%. Em seguida, o segundo maior número de notificações foi contra pessoas adultas (19 a 59 anos), totalizando 2.393 (44,21%) notificações. Destas, 1.935 (81%) foram contra mulheres e 458 (19%) foram contra homens.
“Este primeiro boletim apresenta um panorama geral da Vigilância das Violências. Os próximos serão mais específicos, como, por exemplo, sobre: violência sexual contra crianças e adolescentes; violência doméstica contra a mulher; violência autoprovocada: automutilação e tentativas de suicídio etc.”, reforça a terapeuta ocupacional Carmen Lucia Dacol, responsável pelo setor de Vigilância das Violências de Itajaí.
Além do boletim, também foi entregue ao secretário de Saúde, Emerson Roberto Duarte, o folder informativo da Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência de Itajaí. Esse material tem o objetivo de orientar a comunidade em geral sobre a rede de atendimento em casos de violência interpessoal e doméstica na cidade. Encontram-se listados no folder os contatos (e-mail/telefone) e endereços dos locais onde é possível denunciar ou procurar ajuda em casos de violência, bem como informações gerais sobre o conceito e definições das violências.
Casos de violência notificados em Itajaí:
2009: 13
2010: 91
2011: 654
2012: 418
2013 – 488
2014: 548
2015: 680
2016: 799
2017: 849
2018: 873