Vacina no Brasil

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Governadores cobram cronograma de vacinação da Saúde “pasta não diz data”

Governadores de diferentes estados se reuniram por teleconferência, nesta terça-feira (5), com o secretário de vigilância do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, para cobrar um plano, um cronograma de vacinação contra a Covid-19 para todo país. 

Contudo, não obtiveram uma data após a conversa.

A informação foi dada ao blog pelo governador do Piauí, Wellington Dias.

“Nossa expectativa era de que houvesse alguma definição. A reunião foi até estressante. Cobramos uma data e não nos foi fornecida. Quando chegam os insumos? Quando começa a vacinação? O secretário disse que iria levar nossa demanda ao ministro Pazuello”

Além de Dias, participaram da reunião Ronaldo Caiado (Goiás), Helder Barbalho (Pará), Waldez Goes (Amapá) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).

Wellington Dias disse ao blog que propôs para a próxima segunda-feira (11) uma agenda conjunta entre os três Poderes – cúpula do Congresso, do STF e o ministério da Saúde – para discutir com as fabricantes e a Anvisa um calendário nacional de vacinação.

“O Brasil está ficando no final da fila. Há um atraso inexplicável”

Ele disse que conversou pela manhã com o governador João Doria (São Paulo) e que o plano para o início da vacinação no Estado de São Paulo está mantido para o dia 25 de janeiro.

Wellington Dias disse que Medeiros relatou “claramente que tinha dificuldade de fixar datas”. Para Dias, o país hoje vive um jogo de empurra. Medeiros relatou também esperar que o país conte com 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a empresa farmacêutica AstraZeneca no 1º trimestre. Ou seja, até março.

Reunião entre governadores e Pazuello

Não é a primeira vez que governadores cobram o Ministério da Saúde por um cronograma de vacinação. Em dezembro, após a apresentação de um modelo preliminar do PNI (Programa Nacional de Imunização) contra a covid-19, os governadores se reuniram com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pedindo que o governo adquirisse “múltiplas vacinas”, além de iniciar um plano de vacinação em massa. Durante a reunião, feita por videoconferência, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) protagonizou momentos de tensão com Pazuello ao cobrar uma posição sobre a compra da CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Em resposta, Pazuello afirmou que não descarta a compra, mas que o negócio só será fechado após o registro do produto pela Anvisa e se houver demanda. Doria, então, criticou a cobrança pelo registro da CoronaVac já que o governo fez investimentos de mais de R$ 1,2 bilhão na vacina AstraZeneca, além de cerca de R$ 800 milhões para ingressar no consórcio Covax Facility. Tanto a vacina de Oxford como os imunizantes que integram o consórcio não têm registro na Anvisa.

“Por que excluir a Coronavac já que o procedimento junto à Anvisa é igual ao da Covax e AstraZeneca?”, questionou Doria. Ele disse que, em outubro, Pazuello prometeu a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, mas teve de recuar após ser desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Infelizmente o presidente desautorizou o senhor, foi deselegante. Em menos de 24h, impediu que a sua palavra fosse mantida perante os governadores”, disse Doria em outro momento da reunião. Pazuello respondeu que o investimento na Covax Facility é para o desenvolvimento de vacinas. As doses só serão compradas, por meio do consórcio, após o registro na Anvisa, segundo Pazuello.

Lembrando que o novo Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello tem curso de política e estratégia aeroespaciais, na Força Aérea Brasileira (FAB). Será por isso a tal morosidade na vacinação?

Foto: Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

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