Vai curtir o Carnaval? Cuidado com as doênças típicas da época
Fevereiro é um mês de muita festa e alegria, principalmente na capital baiana, onde o carnaval é muito famoso
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Mas tanta folia também pode trazer preocupação. Apesar de não existirem doenças específicas de carnaval, o período favorece o surgimento de determinadas patologias, principalmente por algumas situações comuns na festa, como a aglomeração de pessoas, muita exposição ao sol quente, calor, chuva, poças e lama no chão, má alimentação, falta de descanso, alguns problemas de higiene, muito beijo na boca e sexo desprotegido.
Listamos as doenças que mais surgem nesta época e dicas importantes para curtir o carnaval com saúde e segurança.
Conjuntivite
A conjuntivite é muito comum durante o carnaval, por conta da aglomeração de pessoas em um único lugar. Trata-se de uma inflamação da conjuntiva – membrana transparente e fina que reveste os olhos e as pálpebras – e o seu principal sintoma é a vermelhidão intensa nos olhos acompanhada de secreção. A transmissão é dada pelo contato direto com secreções ou objetos contaminados, por isso evite compartilhar óculos e outros objetos pessoais. Recomenda-se também ter bastante cuidado com a higiene, lavando sempre as mãos com água e sabão ou álcool. Se for possível, leve um potinho de álcool em gel na bolsa.
Micoses
As micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, unhas e cabelos. Seus principais sintomas são pequenas manchas esbranquiçadas que escamam, manchas vermelhas com bordas bem aparentes que causam coceira e unhas – tanto das mãos quanto dos pés – descoladas, grossas e com alteração de cor.
Elas podem se proliferar com o calor, umidade e baixa imunidade – condições bem comuns na época do carnaval, principalmente nos circuitos que reúnem milhares de foliões. Nesses ambientes estão acumuladas sujeiras, lixos e urinas, por isso é importante redobrar o cuidado com a higiene e sempre lavar bem as mãos.
Gripes e viroses
A aglomeração de pessoas e a baixa imunidade facilitam a transmissão das doenças de via respiratória como as gripes e viroses, por isso o ideal é que o folião beba bastante água para manter o corpo hidratado e alimente-se bem, evitando comer besteiras ou ficar durante longos intervalos sem ingerir nenhum alimento.
Leptospirose
Faça chuva ou faça sol, o carnaval atrai milhares de foliões. Mas no período chuvoso é importante tomar cuidado com a leptospira, bactéria que causa a leptospirose. A sua transmissão é feita pelo contato com a urina de animais com a infecção liberada no meio ambiente, tanto em água, solo e alimentos. A bactéria entra no organismo através da pele.
O risco aumenta com a chuva devido às enchentes e aglomeração de pessoas, além dos locais com condições inadequadas de saneamento básico e à alta infestação de roedores.
A armazenagem e caminho que as latinhas de cerveja, refrigerante ou outra bebida fazem até o ponto de venda também é outro meio de contaminação, por isso é recomendado que não se beba direto da latinha ou limpe-a bem.
Também é importante prestar atenção aonde pisa, já que o chão pode conter algum objeto cortante como bueiro, grade ou vidro, causando ferimentos significativos e contagio da doença.
Infecção intestinal
Se não houver o devido cuidado com a qualidade dos alimentos ingeridos durante o carnaval, são grandes as chances de se adquirir uma infecção intestinal, que pode ser causada por vírus, parasita ou bactéria. Os principais sintomas são: diarreia, náuseas, vômitos, perda de apetite, febre, dores em todo o corpo e até mesmo sangue nas fezes.
Além de beber bastante água para deixar o corpo hidratado, dê preferência a comidas leves e lanches como frutas. Evite comprar alimentos nas ruas, principalmente carnes mal passadas e ovos mal cozidos. Observe sempre a higiene e o preparo do alimento do local em que você vai consumir. Dê preferência a lanchonetes/restaurantes conhecidos e lave bem as mãos antes e depois de comer.
Herpes e mononucleose
Para muita gente, carnaval é sinônimo de beijo na boca. Entretanto, o alerta para a doença do beijo é sério. A mononucleose infecciosa, da mesma família do herpes, é uma síndrome causada pelo vírus epstein-barr e pode ser passada por meio da tosse, espirro e objetos levados à boca. É possível ter contato com pessoas infectadas e não se contagiar, mas é necessário cuidado ao sair beijando desconhecidos.
Os principais sintomas da doença são: dor de garganta, faringoamigdalite, linfadenopatia generalizada e esplenomegalia (aumento do baço). O paciente também pode sentir mal-estar, cansaço, dor de cabeça, falta de apetite, náuseas, dores musculares, dores nas articulações, febre e calafrios. A doença dura em média três semanas.
Doenças sexualmente transmissíveis
O sexo desprotegido, principalmente entre os jovens, tem um aumento significativo durante o carnaval – mesmo com todas as campanhas de conscientização sobre o sexo seguro e as diversas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) causadas por vírus, bactérias, parasitas ou outros microrganismos. Os tipos mais comuns são:
- Vírus do papiloma humano (HPV)
- Herpes genital
- Clamídia
- Gonorreia
- AIDS
- Sífilis
Vale chamar a atenção para a sífilis, causada pela bactéria treponema pallidum. Seus sintomas podem variar de dores locais, fadiga, febre, mal-estar, perda de apetite, protuberâncias como verrugas nos genitais, úlceras ou úlceras indolores, dor de cabeça, dor de garganta, erupção nos pés e nas mãos, inchaço dos gânglios e perda de peso. Sua principal forma de transmissão ocorre pelo contato sexual desprotegido. Não existe vacina contra a sífilis e a pessoa pode se contaminar novamente sempre que tiver contato com a bactéria.
A doença possui três etapas:
- Fase inicial: ferida indolor na genitália, no reto ou na boca.
2. Segunda fase: irritação na pele.
3. Fase final: não há sintomas até essa fase, que pode ocorrer anos mais tarde e também causar danos para cérebro, nervos, olhos ou coração.
Outra IST que tem registrado aumento no número de casos é o papiloma vírus humano (HPV), vírus que infecta a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões percursoras de câncer em diversas partes do corpo, como colo de útero, garganta ou ânus.