Remessas para a América Latina despencaram em abril, em meio à pandemia
As remessas para seis países latino-americanos com alto número de emigrantes despencaram em abril, quando a economia dos Estados Unidos estava semi-paralisada pela pandemia do novo coronavírus, embora tenham mostrado sinais de recuperação desde então, indicou o Pew Research Center em relatório nesta segunda-feira (31).
Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, México e República Dominicana receberam 17% menos dinheiro de seus emigrantes em abril de 2020 do que em abril de 2019, observou o instituto com base em informações dos bancos centrais dessas nações. Isso resultou em um total de 981,2 milhões de dólares a menos em receita, segundo o think tank sediado em Washington.
A Pew afirmou que a maioria dos países analisados depende dos EUA para a maior parte de suas remessas e destacou que essas seis nações são a terra natal de aproximadamente 80% dos 20 milhões de imigrantes latinos que moram nos Estados Unidos.
A redução das remessas não afetou todos os países da mesma forma. As maiores quedas foram em El Salvador (-40,0%) e Colômbia (-38,5%), seguidos por República Dominicana (32,5%), Honduras (27,9%), Guatemala (-20,2%) ) e México (-2,6%).
Além disso, ao considerar o total do semestre, a quebra também não é generealizada. Durante os primeiros seis meses de 2020, as transferências de dinheiro permaneceram abaixo dos níveis de 2019 em El Salvador (-8,0%), Colômbia (-5,3%), Honduras (-4,2%) e Guatemala (-0,9%).
Porém, o México e a República Dominicana receberam mais remessas durante os primeiros seis meses de 2020 que no mesmo período de 2019, com um aumento de 10,6% e 0,5%, respectivamente, destacou o relatório. Em março, o México registrou um recorde ao receber 4 milhões de dólares, 35% acima do ano anterior.
Os EUA, lar da maior população de imigrantes do mundo, têm sido o principal país emissor de remessas nos últimos anos. De acordo com o Banco Mundial, 2019 foi um ano recorde para remessas globais, com 714 bilhões de dólares enviados.
Os seis países da América Latina estudados também registraram recorde de remessas em 2019, totalizando 71,5 bilhões de dólares. Esses altos níveis continuaram em janeiro e fevereiro de 2020, antes da pandemia.
Foto: Um mulher conta dinheiro em frente a uma agência americana de envio de remessas em San Isidro, 70 km a nordeste de San Salvador, em 10 de junho de 2020.
AFP / MARVIN RECINOS