ACQUAPLAN apresenta último relatório de balneabilidade das praias de Balneário Camboriú

ACQUAPLAN apresenta último relatório de balneabilidade das praias de Balneário Camboriú

Coletas foram realizadas com periodicidade semanal, entre os dias 18 de janeiro e 1º de março, e resultados mostraram variações de balneabilidade nos períodos em que houve maior intensidade de chuva e intensa movimentação de turistas

Após um mês e meio de coleta e análises laboratoriais para obter dados microbiológicos das praias e rios de Balneário Camboriú, a ACQUAPLAN e o Freitag Laboratórios apresentaram, na semana do dia 8 de março, o último relatório de balneabilidade. Os dados são correspondentes a coletas feitas no dia 1º de março, em 17 pontos do canto sul da praia Brava até a praia de Estaleirinho, e em quatro pontos nos rios Marambaia (1 ponto) e Camboriú (3 pontos).
Os últimos resultados são parecidos com o primeiro laudo, apresentado em 30 de janeiro. Em ambos, a balneabilidade mostrou-se própria para banho entre as ruas 51 e 4.600, assim como nas praias agrestes de Laranjeiras, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho, e nos dois pontos no canto sul da Praia Brava. A balneabilidade esteve imprópria entre as ruas 1.001 e 1.301, apesar que os resultados da última coleta mostram boas condições de balneabilidade (veja os dados pontuais).
O objetivo destas análises foi avaliar as condições de balneabilidade das praias, através da quantificação de coliformes termotolerantes e de enterococos. Além disso, a ACQUAPLAN busca organizar um banco de dados para além de oferecer à comunidade mais informações sobre o assunto, ampliar o conhecimento sobre balneabilidade.
Nos rios onde a quantidade de microrganismos é maior, o objetivo foi estabelecer possíveis relações entre a sua ocorrência e a qualidade microbiológica da praia Central de Balneário Camboriu.
Variações de balneabilidade
Entre o primeiro laudo, apresentado em 31 de janeiro, e este último, divulgado no dia 8 de março, observou-se uma variação no nível de balneabilidade entre o fim da primeira e início da segunda quinzena de fevereiro, quando chuvas fortes ocorreram na região.
À época, pontos de coleta nas ruas 51 e 2.000, na praia Central de Balneário Camboriú, no canto sul da praia Brava, e na praia de Taquaras, apresentaram balneabilidade imprópria. A situação permaneceu assim na praia Brava nas análises seguintes, mas com a pausa nas chuvas intensas nas últimas semanas, os resultados voltaram à normalidade.
O escoamento superficial durante o período de chuva é o fator que mais contribui para a mudança da qualidade microbiológica da água devido ao arraste de excretas humanas e animais. Nessa condição, a ausência ou insuficiência de tratamento de esgotos domésticos favorece o aumento do nível de contaminação ao atingirem as águas das praias podem expor os banhistas a bactérias, vírus e protozoários.
De acordo com a oceanógrafa Isabel Cristina Pellens, essa variação de balneabilidade nas análises de fevereiro pode ter diferentes razões relacionadas com o uso e ocupação do solo ao longo dos rios assim como da faixa de areia. “É possível que esteja também associado ao excesso de dejetos orgânicos despejados durante a movimentação de turistas à beira-mar, os quais que atraem vetores como ratos e pombos, mas também deve ser considerada a excessiva quantidade de briozoários, cada vez mais comum na praia Central de Balneário Camboriú”, explica.
Agora, essas análises serão avaliadas nos próximos dias, e monitoradas com frequência anual, para que se tenha dados compatíveis com os resultados obtidos regularmente pela Fundação Estadual de Meio Ambiente – FATMA. “O propósito da ACQUAPLAN com essa iniciativa foi complementar as análises feitas regularmente pelo órgão ambiental do estado, sem jamais contrapor seus dados, apenas para contribuir com um tema tão importante para a saúde e o turismo de nossa cidade”, explica o diretor da ACQUAPLAN, oceanógrafo Fernando Diehl.

Metodologia das coletas
A malha amostral das coletas feitas pela equipe da ACQUAPLAN foi constituída por dois pontos localizados extremidade sul na praia Brava, Itajaí, e um ponto amostral nas áreas centrais das praias de Laranjeiras, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho. Na praia Central de Balneário Camboriú, onde o fluxo de turistas é significativamente maior, foram avaliados 11 pontos ao longo da praia.
A estes pontos foram adicionados um ponto no interior do canal do rio Marambaia e três pontos na região estuarina do rio Camboriú. Esses ambientes não são utilizados para fins de balneabilidade, mas são as principais fontes de aporte continental de água para a orla.
As amostras da orla da praia Central de Balneário Camboriú e das praias agrestes foram coletadas em frascos de polipropileno estéreis, enquanto as amostras dos rios Marambaia e Camboriú foram coletadas com garrafa van Dorn, indicada para coleta de água para o estudo de qualidade ambiental.
Conforme prevê a legislação, cinco amostragens iniciais foram realizadas de 18 a 22 de janeiro, com intervalo de 25 horas. As demais tiveram intervalos de coleta de três dias a uma semana. Imediatamente após a coleta, as águas foram armazenadas sob refrigeração e mantidas nesta condição para garantir a integridade do procedimento analítico até a remessa ao Freitag Laboratórios, responsável pela determinação da concentração de Coliformes Termotolerantes e Enterococos

Certificação necessária
O Freitag Laboratórios possui as devidas certificações da FATMA, INMETRO, AGESAN (Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Estado de Santa Catarina), CIDASC, REBLAS (Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde, associado à ANVISA), entre outras.
As análises laboratoriais dos parâmetros microbiológicos seguiram os procedimentos analíticos da U.S. Environmental Protection Agency (ou equivalentes), atendendo ao disposto da Resolução CONAMA N° 274/2000. Os resultados são apresentados de acordo com a classificação do art. 2º da legislação brasileira, considerando águas utilizadas para recreação de contato primário avaliada nas categorias própria e imprópria.

 

 

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