BNDES e Ministério do Turismo acenam para investimentos no setor de Cruzeiros

BNDES e Ministério do Turismo acenam para investimentos no setor de Cruzeiros

Total de 15 terminais de recepção turística devem ser construídos na costa brasileira através de linhas de crédito que somam cerca de R$ 5 bilhões.

Surge uma luz no fim do túnel para o setor de turismo de cruzeiros marítimos no Brasil. Em agosto, durante o 3° Fórum Clia Brasil, promovido pela Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), em Brasília, o Ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, anunciou que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) propôs financiar pelo menos 15 portos ao longo da costa brasileira, especialmente construídos para a recepção de turistas. Um investimento que alavancaria no Brasil um setor que, atualmente, e sem nenhuma infraestrutura condizente com a modalidade, movimentou cerca de R$ 2 bilhões na temporada 2018/2019.

A linha de crédito previamente estabelecida entre Ministério do Turismo e o BNDES gira em torno de R$ 5 bilhões para financiar os novos terminais de passageiros. “Serão portos modernos, com mini-shoppings, hotéis, para que a gente possa ter muito mais condições de receber o turista com conforto e comodidade”, afirmou o Ministro, em coletiva à imprensa realizada durante o 3° Fórum Clia Brasil. Ele reforçou que ainda há outras ações com o objetivo de desenvolver o setor de cruzeiros. “Nossa intenção é termos 50, 100 cruzeiros margeando e fazendo turismo na costa brasileira, todos os anos”.

Dados da Clia Brasil apontam que o turismo de cruzeiros no Brasil voltou a registrar crescimento após alguns anos de baixa. Por isso, para Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, o investimento do Governo Federal neste setor será fundamental para seu desenvolvimento. “O setor voltou a crescer, esta é a segunda temporada de alta, onde crescemos 10% em relação à anterior, e, para próxima, já prevemos um aumento de 6,5%”, comentou Ferraz.

Em pleno 2019, o Brasil ainda opera em portos predominantemente de carga adaptados para operações turísticas. É o caso do Porto de Santos, onde os passageiros sentem os impactos das operações portuárias e enfrentam poeira e mau cheiro dos embarques e desembarques de grãos. Eles também precisam atravessar instalações portuárias e até as linhas férreas, às vezes precisando esperar o fim de manobras de trens para só depois descarregar as bagagens.

Além disso, as rotas do Atlântico Sul são precariamente atendidas por terminais de apoio, onde o navio ancora em alto mar e os passageiros seguem em botes salva-vidas para a costa. Desembarcam em pequenas marinas, em alguns casos até em pequenos botes, que oferecem certo risco, já causaram acidentes e sua navegação depende das condições do mar. 

IPTur são necessárias

Para atender a contento este público interessado em turismo de cruzeiros marítimos, e que em todo mundo movimenta bilhões de dólares, o Brasil necessita de Instalações Portuárias de Turismo Plenas, também conhecidas como IPTur.

Uma de suas vantagens é a garantia de reter nas cidades o imposto pago com passagens para o cruzeiro e com o inevitável consumo deste público no comércio local durante a estadia do passageiro no município de embarque, visto que, para embarcar, o passageiro precisa chegar um dia antes na cidade, onde ele pode ficar até mais dias, dependendo dos atrativos turísticos disponíveis.

Uma IPTur oferece ainda ao visitante uma estrutura comparável à de um pequeno shopping, com lojas, restaurantes, áreas de lazer e demais serviços, como lojas de câmbio e hospedagem dos passageiros. Os benefícios também se estendem às operadoras, que nas IPTur podem encontrar locais abrigados para abastecimento dos navios com insumos, além da geração de emprego e renda para a localidade.

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