Câmeras de Monitoramento: limite entre a privacidade e a eficiência

O comportamento de um profissional condutor é um dos temas mais importantes para uma instituição que tem a carga e o veículo como foco principal. Algumas atitudes na direção podem colocar tudo a perder, portanto, além da educação em relação ao trânsito, o monitoramento deve estar no radar dessas empresas.

Especialista aborda a necessidade de câmeras para as empresas de logística para acompanhar a integridade da carga e de seu bem, e como isso pode ser um assunto bastante complexo para quem está sendo monitorado.

Essas câmeras não podem ser simples, elas precisam de Internet das Coisas (IoT) para funcionar de forma produtiva. Com a tecnologia, é possível analisar todo os passos do motorista em relação às atitudes tomadas como usar o celular, comer, beber ou fumar ao volante, bem como conseguir perceber se está fadigado para dirigir, ou até mesmo se está usando o cinto de segurança, uma vez que a câmera está acoplada dentro da cabine.

Já as câmeras fora do veículo podem reconhecer as ultrapassagens indevidas, distância de carros e objetos fora de padrão de segurança, entre outras infrações. Essas são situações que podem comprometer a vida daqueles que estão na mão de um gestor de frota e nada como uma ferramenta para auxiliar nesta jornada.

Daniel Schnaider, especialista em tecnologias para a gestão de frotas, fala sobre o limite da privacidade e eficiência quando as câmeras vigiam os funcionários.

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) afirma que é licito monitorar os colaboradores por meio de câmeras, desde que não sejam posicionadas em lugares de intimidade, como banheiros e vestiários, ou mesmo destinados para o repouso. No entanto, para eles sempre há a questão de desconforto, em que se supõe que a empresa parte do princípio que os funcionários farão algo errado.  – Schnaider

Por isso é tão importante uma boa comunicação entre as equipes para que fiquem claras as finalidades do uso da tecnologia, que neste caso é segurança.

É necessário que um gestor se faça entender, que ele consiga explicar com clareza que ter provas de todo o percurso de um condutor pode auxiliá-lo a mostrar que qualquer incidente não foi culpa dele, no caso de terceiros estarem envolvidos, e se é culpado, compreender tudo o que exatamente aconteceu, inclusive adiantar a perícia e mandar um socorro eficiente em caso de colisão. – Daniel Schnaider (CEO – Pointer by PowerFleet)

Portanto, é necessário seguir algumas dicas:

– Ter transparência: é preciso que o colaborador saiba que está sendo monitorado e entenda o porquê dessa ação por parte da empresa e de sua política interna, e se sinta protegido com as câmeras.

– Estabelecer condições de vigilância e bom senso: não há necessidade de vigiar o tempo inteiro, ele deve saber que aquelas câmeras só serão acionadas pelo gestor em caso de acidente e irregularidade.

– Regulamento interno: é necessário que haja um, e que os funcionários sejam treinados para que compreendam o que devem ou não fazer, o que fere a política da empresa, ou mesmo das leis que poucas pessoas têm acesso.

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