Fabiano da Luz defende cooperativa contra projeto de lei bolsonarista

Fabiano da Luz (PT) critica proposta que impõe medidas restritivas contra a Terra Viva, que atende mais de 1,5 mil produtores catarinenses e tem mais de 500 funcionários

O deputado Fabiano da Luz (PT) defendeu a Cooperativa Terra Viva contra projeto de lei bolsonarista que propõe medidas restritivas à organização, uma das principais do setor de laticínios no oeste catarinense e a terceira marca mais vendida em Santa Catarina e no Paraná. A fala do parlamentar ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça, na manhã desta terça-feira (09), durante o debate da proposta.

A Terra Viva, marca da Cooperoeste de São Miguel do Oeste, foi criada em 1996 para industrializar produtos de assentamentos da reforma agrária. Atualmente, processa 600 mil litros de leite por dia e atende mais de 1,5 mil produtores associados em Santa Catarina e Paraná.

Recém eleito presidente do PT catarinense, Fabiano da Luz alega que a iniciativa, de autoria de Jessé Lopes (PL), representa um retrocesso:

“Esse projeto é cheio de maldades. Eu digo maldade porque eu vi o vídeo que ele (Jessé) fez contra uma empresa que ele nem conhece. No imaginário das pessoas e na ignorância desse deputado, a impressão que se tem é que os integrantes do MST (Movimento de Trabalhadores Sem Terra) passam numa propriedade, olham e dizem: ‘gostei dessa propriedade e vou invadir.’ O movimento não invade propriedades. Existe um programa de reforma agrária criado na Constituição e o MST é um dos movimentos desse programa”, afirma.

Fabiano explicou ainda como funciona a reforma agrária no país e a distribuição de terras.

“Tem município que morre (economicamente) se você tirar os assentamentos. São esses locais, transformados em comunidade, que movimentam economicamente o comércio e as grandes empresas”, acrescenta.

De acordo com dados da própria Terra Viva, hoje ela mantém quatro laticínios, oito agropecuárias e uma fábrica de ração, empregando 535 funcionários. É a terceira marca mais vendida no Paraná e Santa Catarina, atendendo 11,4 mil clientes em cinco estados. Coleta leite em 80 municípios, sendo mais de 70 em território catarinense.

O projeto em debate proíbe que o Estado adquira alimentos de “produtos oriundos de áreas ocupadas ilegalmente por movimentos sociais e dá outras providências”. A proposta começou a tramitar na Assembleia Legislativa de SC. Na Comissão de Justiça, os parlamentares aprovaram pedidos de diligência para órgãos do governo estadual e federal.

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