Fabiano diz que direita está tendo novamente que “engolir” candidato carioca ao Senado

Fabiano diz que direita está tendo novamente que “engolir” candidato carioca ao Senado

O deputado Fabiano da Luz (PT) criticou, na tribuna da Assembleia Legislativa, a tentativa de imposição novamente ao estado de uma candidatura ao Senado vinda do Rio de Janeiro, referindo-se ao senador Jorge Seif (PL) e mais recentemente ao vereador carioca “Carluxo” (Carlos Bolsonaro).

Fabiano questionou por que o “Carluxo”, que vive no Rio de Janeiro e exerce seu sétimo mandato (25 anos) como vereador naquele município, não concorre ao Senado por seu próprio estado. O deputado criticou as lideranças da direita catarinense por terem que “engolir” uma candidatura que não representa a realidade local.

Segundo ele, o fato de Carluxo buscar uma vaga por Santa Catarina revela um projeto político puramente familiar que desconsidera as lideranças locais e trata o estado como “um puxadinho”, um “curralzinho”.

O parlamentar perguntou por que o governador Jorginho Mello, que há alguns dias, numa reunião de governadores do Sul, cometeu uma gafe dizendo “vamos passar um muro aqui” e “o Sul é meu País”, agora está importando um “cabra” de outro estado.

O deputado lembrou que Rio Grande do Sul e Paraná, estados vizinhos, não aceitam candidaturas importadas e valorizam suas próprias lideranças, e afirmou que Santa Catarina deveria adotar a mesma postura.

“Aqui nós temos lideranças, temos história e temos representação. Não faz sentido importar alguém que não conhece nossas cidades, nossas rodovias, nossos hospitais regionais e os problemas das fronteiras”, afirmou.

Prejuízo
Fabiano alertou para o impacto dessa movimentação sobre a representatividade federal. Ele explicou que Santa Catarina já sofre prejuízos na distribuição populacional de cadeiras na Câmara dos Deputados para o Rio de Janeiro, um déficit que gera perda de recursos.

Segundo ele, cada deputado federal representa, em média, R$ 50 milhões anuais em emendas individuais, além das emendas de bancada que giram em torno de R$ 300 milhões. A defasagem na representação, somada ao envio de votos catarinenses para candidatos de fora, poderia significar, segundo ele, mais de R$ 1 bilhão que deixa de ser investido no estado em quatro anos.

“Infelizmente dos três senadores que temos atualmente, um é carioca (Jorge Seif), que ninguém sabia quem era e que o ex-presidente fez a direita catarinense “engolir” na eleição passada. “Um senador que não conhece 20 cidades catarinenses, nem onde ficam os hospitais regionais.”

Projeto familiar
Segundo o parlamentar, SC está abrindo mão de uma vaga que deveria ser usada para defender os interesses do estado, “não para fortalecer um projeto político familiar que já acumula mais de 107 imóveis adquiridos com dinheiro vivo, sem dizer da onde veio e busca se perpetuar familiarmente no poder”, criticou.

Fabiano disse reconhecer que a imprensa, como o Grupo ND e lideranças da direita começam a reagir, se posicionando contra a importação da candidatura. Para ele, esse movimento é positivo porque demonstra que o debate começa a sair dos bastidores. “É hora de lavar roupa suja fora de casa e valorizar quem realmente trabalha por Santa Catarina.”

O deputado concluiu dizendo que o estado tem exemplos de boa gestão pública e capacidade para ensinar muito ao Rio de Janeiro, e que não pode continuar sendo utilizado como plataforma eleitoral para interesses externos. “Santa Catarina precisa ser defendida por quem vive aqui, conhece sua realidade e tem compromisso com seu povo”, finalizou.

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