Guia de rotas de cicloturismo e trilhas estimula padrão de aventuras seguras
Evento reuniu especialistas e mostra que investimento no ecoturismo é uma atividade econômica crescente, que merece apoio em favor da segurança dos praticantes

Publicação apresenta diretrizes para a implantação de circuitos seguros
A Assembleia Legislativa sediou, nesta terça-feira (19), o lançamento catarinense do Guia de Sinalização para Rotas de Cicloturismo e Trilhas de Ciclismo de Montanha no Brasil. A publicação estabelece diretrizes para a implantação de circuitos ciclísticos seguros e padronizados em todo o território nacional e segue padrões adotados pelos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, para estimular práticas de aventuras seguras.
O evento reuniu especialistas na área do turismo ecológico, empresários do segmento, estudantes de turismo e lotou o Plenarinho da Alesc, com organização do deputado Marquito (Psol), presidente da Comissão de Meio Ambiente.
País desenvolveu identidade própria para a sinalização de rotas e trilhas
O consultor de turismo e atual diretor do Ministério do Meio Ambiente, Pedro da Cunha e Menezes, explicou a importância da sinalização e padronização adotada no país, que de forma intuitiva facilita a orientação de praticantes do turismo de aventura e fortalece o senso de pertencimento à causa ambientalista.
As sinalizações em forma de pegadas hoje já estão espalhadas em mais de 10 mil quilômetros de rotas e trilhas, com 350 características próprias, mas com identidade que se tornou referência nacional e já está servindo de exemplo a outros países. “A iniciativa é reconhecida internacionalmente e já recebeu 20 premiações. Sinalizar estimula as pessoas, especialmente quem vive no meio urbano a conhecer. E quem conhece conserva”, justifica Pedro.
Circuito Ciclístico do Vale Europeu é considerado exemplo nacional
No ciclismo, já foram criadas cinco rotas nacionais. Alguns trechos seguem o curso de antigas ferrovias desativadas. Em Santa Catarina, o Circuito do Vale Europeu é uma grande referência, em especial pelo apoio que recebe das prefeituras da região.
Sinalização de trilhas faz a diferença na Floresta Nacional de Brasília
Um exemplo da transformação que a sinalização proporciona aconteceu no parque da Floresta Nacional de Brasília, que ao ter 95 quilômetros de percursos identificados, com o apoio de integrantes de grupos de turismo de aventura, saltou de 3 mil visitantes ao ano para mais de 130 mil. “Esta é uma conquista coletiva”, justifica o especialista.
No cicloturismo, o deputado paranaense Goura Nataraj (PDT), que prestigiou o lançamento catarinense do guia, destacou a iniciativa da sinalização de percursos e a importância de atenção do setor público para garantir proteção ao ciclista. “Sou defensor da redução de velocidade, em especial nas vias urbanas”.
Emenda parlamentar permitiu sinalizar trilha na Grande Florianópolis
A vereadora por São Paulo, Renata Falzoni (PSB), cicloativista, participou virtualmente e valorizou a integração de rotas “com padronização de sinalização”. O pesquisador de políticas de mobilidade Daniel Guth destacou a importância do apoio público à edição do guia. Carlos Capelini, da Girus Soluções de turismo, elogiou Marquito por destinar emenda que permitiu a sinalização de um circuito com 42 quilômetros em São Pedro de Alcântara.
Circuitos catarinenses já envolvem mais de 100 municípios
O cicloativista Fernando Angioletto, entusiasta da integração de rotas,.destacou na abertura do encontro a importância que os 13 circuitos criados em Santa Catarina tem para o desenvolvimento de uma atividade de turismo sustentável, que já envolve mais de 100 municípios. Ele entende que o governo estadual precisa regulamentar com urgência a atividade, como forma de garantir mais segurança aos praticantes da modalidade.