IBGE: Brasil escapa da recessão com crescimento de 0,4% no segundo trimestre
A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro, evitando a recessão, após ter se contraído 0,2% no período de janeiro a março, informou nesta quinta-feira o IBGE.
A expansão é superior à estimativa média de 0,2% estabelecida por 31 analistas consultados pelo jornal Valor.
“É uma surpresa extremamente positiva e nos forçará a rever nossas projeções”, disse o economista André Perfeito, em nota da Necton.
Comparado com o segundo trimestre de 2018, o crescimento foi de 1%.
A expansão do segundo trimestre em relação ao primeiro foi assegurada pela indústria (+0,7) e serviços (+0,3%), que compensaram uma contração da agricultura (-0,4%).
Do lado da oferta, destacaram-se os investimentos (formação bruta de capital fixo), que cresceram 3,2% (+5,2% em 12 meses), após dois trimestres de retração.
O PIB brasileiro cresceu “o dobro do previsto pelos jornais/especialistas e o melhor resultado em 6 anos para o período. Aos poucos o Brasil vai saindo do buraco que o PT o colocou e retomando o crescimento”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro pelo Twitter.
A maior economia da América Latina até hoje não se recuperou plenamente, após dois anos de severa recessão (2015-2016) e outros dois com crescimento fraco (+1,1% em 2017 e 2018).
Neste ano, segundo previsões do governo e do mercado, a expansão será de apenas 0,8%. O valor é bem inferior às projeções do começo do ano, quando Bolsonaro chegou ao poder, de um crescimento de 2,5%.
O resultado do trimestre “surpreendeu, não só pelo número, mas pela composição”, disse à AFP Mauro Rochlin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.
Os motores foram “serviços e indústrias, e as indústrias de transformação e da construção civil tiveram um bom desempenho”, com forte necessidade de mão de obra, em um país que tem 12 milhões de desempregados, acrescentou.
Foto: (Arquivo) A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro, evitando a recessão, após ter se contraído 0,2% no período de janeiro a março.
AFP/Arquivos / Miguel SCHINCARIOL