Prefeito de BC – Fabrício Oliveira em entrevista ao Folha do Litoral, conta um pouco sua trajetória.

Prefeito de BC – Fabrício Oliveira em entrevista ao Folha do Litoral, conta um pouco sua trajetória.

“Vim morar em BC em 1986, muito novo. Comecei a trabalhar como garçom em vários lugares, depois fui vender sorvete na ponta da praia, quando ainda existia o Baturité. Nesse clube fui bilheteiro, promoter, gerente e um dos sócios. Em 2000, participei de minha primeira eleição para vereador, mas não me elegi. Fiquei como primeiro suplente. Em 2002 fui Conselheiro Tutelar, em 2004 me elegi vereador pela primeira vez – o mais jovem e o segundo mais bem votado. Em 2006, me candidatei pela primeira vez a deputado federal. No mesmo ano fui presidente estadual da juventude do meu antigo partido e vice-presidente nacional. Em 2007exercí o cargo de chefe de gabinete do prefeito Rubens Spernau. Em 2008 me reelegi vereador, desta vez o mais votado da história da cidade. Em 2010, candidatei-me mais uma vez a deputado federal. Em 2011 exerci o cargo de Secretário de Desenvolvimento Regional. Em 2012 concorri como candidato a vice prefeito. Em 2013, assumi a Junta Comercial do Estado de SC. Em 2014, candidatei-me a deputado federal novamente , ficando na suplência. Em 2015 assumi, ficando por quatro meses na Câmara dos Deputados, sendo o que mais apresentou projetos durante esse período. Em 2016, então, fui candidato a prefeito por BC e hoje estou aqui”.
FL: Assumindo a prefeitura nesse momento, como encontrou? Financeiramente organizada?
FO: Nós estamos com muita dificuldade de informações, detalhes de funcionamento do dia-a-dia de algumas secretarias. Hoje estamos com um déficit aproximado de 60 milhões de reais, as nossas arrecadações juntamente com nossas despesas estão em desequilíbrio, vai demandar do governo uma série de ações de contenções de despesas e demais situações, a partir daí nos temos que fazer uma gestão e conceituar a cidade com desempenho econômico melhor.
FL: Como farão isso?

FO: Potencializando nossos instrumentos turísticos, construindo um calendário de parceria com a iniciativa privada, um calendário de ações, lutando muito para que o centro de eventos possa ser inaugurado na data prevista para que possamos incrementar o turismo de negócios na cidade, que hoje é muito pouco.
FL: Falasses muito no centro de eventos. Já existe um projeto de como trabalhar com ele?

FO: Não, precisamos buscar agora um modelo de gestão para o centro de eventos. Eu penso que deva ser construído com a parceria privada, para que não tenha lentidão e a morosidade do serviço público. Tem que ter uma gestão ousada, que vá buscar um calendário nacional e internacional para que a economia do município possa ser fortalecida todos os meses do ano.
FL: O senhor aposta no turismo de negócios?

FO: Turismo de negócios apresenta grande importância para o crescimento da economia, pois esse tipo específico de turista agrega à localidade além da receita financeira, quando satisfeito, volta à cidade com maior frequência, e multiplica as opiniões positivas que atrairão novos turistas ao local. Da mesma forma o ecoturismo, outra área da economia que estamos adentrando.
Mas, primeiro precisamos fazer a lição de casa: a cidade tem que estar organizada, não pode ter morador de rua, tem que estar limpa, iluminada a segurança pública tem que funcionar. Aí nos podemos pensar de fato em incrementar e ter um turismo de qualidade, um turista que possa aumentar seu gasto na cidade, fortalecendo a gastronomia, a hotelaria e o comércio.
FL: Comento que fazer o básico funcionar é assertivo e o que se conseguir fazer a mais é lucro. Na sua gestão, o básico vai funcionar?

FO: Tem umas áreas que são muito sensíveis. Por exemplo, nós temos uma fila de espera de consultas com especialistas que chega há anos. Nós vamos zerar essa fila. Tem demandas que podem ter um tempo de espera maior, mas tem outras que não podem ter. A saúde é uma dessas áreas que não pode esperar, a segurança pública também. Embora segurança pública seja uma obrigação compartilhada, nós estamos agindo de maneira compartilhada em suas ações, para que possamos amenizar um pouco o impacto da insegurança que há aqui e em qualquer lugar.
Fazendo uma análise de algumas outras áreas, nós temos áreas sensíveis como das encostas e nós temos mais de 34 pontos de ocupação irregular no município. Isso é sério, porque gera insegurança, problema ambiental, risco à integridade física dos moradores dessas áreas pelo fato de estarem expostos a deslizamentos e desmoronamentos… Então é prioridade. Estamos tentando identificar as razões dessas ocupações. Existem motivações diferentes, existem pessoas que de fato não tem casa, vão e ocupam esse lugar, mas tem pessoas que possuem outras propriedades e mesmo assim ocupam esses lugares, é um diagnóstico que estamos fazendo para que cada caso seja analisado separadamente. Tem lugares que estão sendo ocupados que são áreas de preservação. Tem invasão em áreas particulares, onde cabe uma ação de reintegração de posse… O que cabe à prefeitura é fiscalizar prontamente quando se ergue uma casa ou uma edificação que não tenha autorização adequada. É uma das áreas que estamos incrementando, já que até agora não tinha uma política organizada na cidade em relação a isso, tanto é que o número de ocupações cresceu de forma assustadora por falta de fiscalização, por falta de gestão.

FL: A mobilidade da Av. Atlântica, alguma mudança?

FO: Alguns dias sim, iremos fazer um calendário onde ciclistas e pedestres tenham circulação livre, sem carros. Fizemos uma reunião com a Associação dos Ciclistas de BC, vão ser nossos parceiros nesse projeto e logo estaremos divulgando esse calendário.

FL: Quanto à praia, a falta de sol provocado pelo sombreamento dos prédios e esgoto mal tratado acaba gerando proliferação de bactérias, muitas vezes diarreia e outros incômodos aos banhistas. Mesmo assim, o índice de balneabilidade de SC no verão de 2016 foi o melhor do país, estatística divulgada pela Alesc em Audiência Pública sobre saneamento. Qual sua preocupação nesse aspecto para BC?

FO: A poluição da praia tem alguns aspectos, o primeiro deles o canal do Marambaia, no pontal norte. Outro é o Rio Camboriú, no pontal sul. O canal do Marambaia é abastecido por esgotos clandestinos ao longo dos bairros das Nações, Ariribá e do Centro da cidade. Então nós vamos fazer uma estação de tratamento na sua saída, para que quando seu volume atinja o mar esteja tratado e devidamente saneado.
Já o Rio Camboriú precisa de uma ação, primeiro da cidade de BC em fazer a ligação dos esgotos em algumas localizações, como a da Barra, Bairro dos Municípios e um pedaço da Vila Real, que não estão ligados à rede e despejam esgoto direto no rio. E, em outro momento, tratando da questão do Rio Camboriú, precisamos conversar com a cidade de Camboriú para uma ação conjunta em relação a este rio importante.
Outro aspecto que também nos preocupa é que nossa estação de tratamento, não possui licença ambiental. Ela está irregular desde a concepção da Emasa. Nós fomos até a Fatma para começar essa adequação da estação de tratamento.
Problema também é a na nossa rede pluvial, a nossa drenagem. Ela sai lá no Rio Camboriú, naquela nova galeria que foi realizada, mas temos hoje 30% dessa galeria entupida, o que também gera problema.
Estamos atuando agora em três frentes: fazendo o diagnóstico no canal Marambaia, atuando na limpeza nas linhas de saída de água, e uma ação com a cidade de Camboriú em relação ao tratamento de esgoto.

FL: O que o senhor almeja na sua gestão como Prefeito de BC?

FO: Faremos uma gestão mais transparente. Falo, com toda humildade, que vamos fazer o melhor governo de toda a história desse município. Quando falo o melhor governo, não falo só em realização de obras e em programas, eu falo em postura, em relacionamento com a sociedade, em transparência, em credibilidade, em intolerância com o desperdício, com a corrupção. Intolerância com a ocupação política predatória que tem feito com que a credibilidade do político esteja do jeito que está perante a sociedade. São ações que vamos deixar de legado em nossa gestão.
Por – Lierge Coradini

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