Saúde mental: o que é e como descobrir se algo não está bem

Especialistas mostram o que podemos fazer para cuidar da nossa saúde mental e como perceber os sinais de que a depressão ou a ansiedade podem ter se instalado.

A hora de vencer preconceitos

À primeira vista, se você chegou até esse texto é muito provável que esteja procurando entender o que é saúde mental — e quais são os transtornos mentais mais comuns — ou saber se aquilo que você tem sentido pode estar indicando que alguma coisa não está indo muito bem com sua mente e emoções.

Não é segredo para ninguém que 2020 não foi um ano fácil. Do mesmo modo que o pós-pandemia, foi quando a nossa resiliência foi colocada à prova.

Cada um sabe onde o “calo” está apertando mais, não é mesmo?

Trabalho, vida social, a maneira como você se alimenta, quanta atividade física você faz, o local em que você vive, as suas relações sociais, tudo isso influência na saúde mental.

Portanto, sim, alguma coisa de diferente está acontecendo por aqui. A grande questão, a partir deste ponto, é entender o que é doença e o que pode ser apenas uma fase difícil.

O que é saúde mental

É a sensação de bem-estar, de conforto e equilíbrio. É a capacidade de lidar com as questões do cotidiano sem que isso faça com que nós nos sintamos, de alguma forma, sobrecarregados e sem sobrecarregar os demais.

Todavia, um conceito amplo, que vai além da ausência de algum transtorno mental. A saúde mental está dentro daquilo que definimos como saúde. “É o indivíduo que consegue lidar com as questões da vida, com as suas emoções, de uma forma que não prejudique a si nem ao outro”.

Como cuidar da saúde mental

Se falta saúde mental, o manejo das emoções fica comprometido. O transtorno mental é, portanto, a doença que se desencadeia de um desequilíbrio persistente e que se manifesta em alterações emocionais, comportamentais e até físicas.

A saúde mental está diretamente ligada às ações de promoção da saúde. Então, se você quer cuidar dela, se quer evitar ou minimizar os riscos de desenvolver uma doença, faça aquilo que sabidamente é saudável e fará bem a você.

Isso significa: dormir e acordar regularmente no mesmo horário, manter uma rotina de exercícios, uma boa alimentação, trabalhar e ter um tempo para você.

Quando o sinal de alerta deve acender

As ações acima, infelizmente, não garantem que uma pessoa não vá desenvolver um transtorno mental. Então, como saber se as coisas não estão tão bem?

Antes de tudo, é preciso lembrar que episódios esporádicos de tristeza ou desânimo não são indicadores que uma doença se instalou. Agora, se eles se repetem há mais tempo (duas semanas seguidas ou mais), aí é hora de ficar atento e já pensar em procurar ajuda.

Pergunte-se: você está animado ou desanimado? Os pensamentos estão te consumindo muito? Você acha que não está rendendo muito no trabalho ou nos seus afazeres? Ou você está só se dedicando a eles? Você tem dormido muito menos ou muito mais do que está acostumado?

“Às vezes, só se perguntar ‘como eu estou me sentindo agora?’ e ‘como estou me sentindo nesses últimos tempos?’ já faz a chave virar”.

Além disso, alguns sintomas físicos podem aparecer.

No caso da depressão, “dores generalizadas, cansaço, sensação de fadiga, sensação de não estar rendendo, falta de concentração, a memória que começa a falhar”.

Insônia ou sono excessivo, falta ou excesso de apetite e sensação de que os pensamentos não fluem no mesmo ritmo, são um misto de sintomas físicos e psíquicos.

No caso da ansiedade, as queixas são de opressão no peito, inquietação, insônia, tremores, suor, dificuldade para se concentrar, respiração ofegante. Tudo isso, independentemente de um estímulo ou de uma situação de tensão atual.

A hora de vencer preconceitos

Ninguém gosta de adoecer. Mas quando falamos de transtornos mentais, existe uma carga de preconceito envolvido. Se você não está conseguindo manter uma rotina amiga da saúde mental, já percebeu alguns sintomas físicos e emocionais mais persistentes e sente que o seu cotidiano está difícil de levar e nada gratificante, é hora de procurar ajuda profissional.

“O que se está vivendo não são sinais de alerta para um quadro depressivo ou ansioso. Esse quadro já está instalado e você precisa de uma ajuda especializada”.

A ajuda especializada pode ser a de um psiquiatra, que é um médico com residência em psiquiatria, ou de um psicólogo. A grande diferença entre os dois é que o primeiro é quem faz o diagnóstico e avalia a necessidade de iniciar o tratamento com medicação.

Mas os dois podem fazer parte do tratamento, ou seja: eles não se anulam, mas, sim, se complementam. Qual procurar primeiro? Para superar algumas resistências, “aquele com o qual você se sinta mais à vontade”.

Contudo, transtornos mentais mexem com a nossa autoestima. Como vimos, alguns desses sintomas atingem nossa capacidade de organização e o modo como levamos a vida. Mas eles são tão comuns que podem acontecer com qualquer pessoa, independentemente da faixa etária ou classe social.

Nesse sentido, dados da Organização Mundial da Saúde mostram que mais de 18 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade: o Brasil é o país com a maior prevalência da doença (9,3%). Entre as populações com depressão, temos o segundo maior contingente: 5,8% da população têm depressão (apenas 0,1 ponto percentual no separa do líder, Estados Unidos).

Deixe o preconceito de lado, isso só leva à demora na busca por ajuda. E quanto mais cedo o transtorno for diagnosticado e tratado, maiores são as chances de bons resultados.

OMS

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