A MARAVILHA DO ATLÂNTICO  SUL – Da Vocação Turística à Selva de Pedras

A MARAVILHA DO ATLÂNTICO SUL – Da Vocação Turística à Selva de Pedras

Balneário Camboriú descoberta turisticamente na década de 50 pelos alemães catarinenses do vale europeu e emancipada em 1964 por falta de interesse dos camboriuenses, viveu e vive períodos intensos em sua economia. Com o brilhante planejamento urbano e viário apresentado pelo primeiro Prefeito Egon Stein e com belezas naturais incríveis, uma praia central segura e tranquila para toda a família, uma geografia plana de fácil locomoção e uma posição geográfica privilegiada entre as principais cidades do Sul e Sudeste, a querida BC, assim carinhosamente chamada, teve destaque nacional e internacional pelo viés turístico.

O derramamento de dinheiro advindo do turismo de diversas vertentes, fortaleceu o comércio local e alavancou o setor imobiliário da construção civil que a partir da década de 70 foi privilegiado com a aprovação liberal do código de obras de 1974. A construção civil  impulsionada pelo turismo que trouxe milhões de visitantes todos os anos para nossa cidade, passou a ser o carro chefe, ou pelo menos a se apresentar como tal na economia da cidade, ganhando forte notoriedade e ditando as políticas públicas da cidade.

Por mais importante que seja a indústria da construção civil em nossa cidade, há de se dizer, que ela que alimenta o turismo, mas sim, que se alimenta do turismo. Acredito que o foco da Secretaria de Turismo, deva seguir inspirações de experiências exitosas como a cidade de Gramado no Rio Grande do Sul, que criou uma consciência coletiva de padrões de comportamentos voltados ao turismo  que vai desde o responsável pela limpeza das ruas ao maior dos empreendedores.

Neste caminho, poderemos criar um turismo para o ano todo, atraindo novos equipamentos turísticos e estimulando investimentos na nossa principal matriz econômica. A hegemonia do mercado imobiliário está eliminando ano após ano os tradicionais restaurantes da beira mar, colocando abaixo inúmeros hotéis sem novos outros se apresentem e já decretou o fim da vida noturna em nossa cidade: As saudosas boates; Ibiza e Baturité são hoje apenas nomes de edifícios luxuosos na Barra Sul.

A vocação histórica, a sustentação econômica e o futuro de Balneário  Camboriú é indiscutivelmente o turismo. A área central da nossa cidade está fortemente comprometida pela ocupação imobiliária. Novas áreas de expansões hoteleiras e de equipamentos turísticos precisam urgentemente serem discutidas e estimuladas. As políticas públicas de estímulos e desenvolvimento econômico devem definir claramente que o turismo, as pessoas e a sustentabilidade são nossas  prioridades e estas, estarem escritas devidamente em leis municipais para trazer segurança aos novos investidos. Os centros nobres e históricos das grandes cidades, inclusive do nosso calçadão da Av. Central, são testemunhas visíveis do abandono sofrido por ocasião do surgimento de outras regiões mais atrativas.

Claudir Maciel é empresário em Balneário Camboriú.

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