De Frente com “Claudinha”: relacionamento com pessoas ‘deficientes físicos’

De Frente com “Claudinha”: relacionamento com pessoas ‘deficientes físicos’

A partir de hoje, nova colaboradora trazendo informação ímpar – “Claudinha”.  Esclarece o entendimento de quem vivencia seu universo, quebrando os paradigmas  do “diferente”, mostrando quê:  você pode ser o que quiser!

Este espaço é para você leitor que se identifica e quer conversar, ter a possibilidade de tirar suas dúvidas, trocar vivências e acalentar seu coração.

Quando eu ainda era criança, sempre ouvia meus país planejando o futuro dos meus cincos irmãos, somos seis, porque eu não estava incluída nesses planos? Seria um excesso de cuidados? De me proteger do mundo? Ou realmente eles também achavam que por eu ter uma deficiência eu não me casaria não formaria minha família assim como meus irmãos? Por muito tempo me fiz essa pergunta, ate cheguei por um tempo a aceitar, que talvez não encontraria alguém que me aceitasse como sou, não me casaria como meus irmãos, e que os planos dos meus pais estava certo . Mais o tempo foi passando, as coisas foram mudando, e então eu me tornei uma adolescente que apesar da deficiência, tornei uma mulher atraente, que chamava atenção de todos a minha volta, (homens, mulheres. 

Foi na minha adolescência que comecei a perceber os assédio de homens bem mais velhos, os olhares de interesse dos amigos dos meus irmãos, e ainda na minha adolescência eu tive meu primeiro namorado; embarquei aos 18 anos no relacionamento tóxico abusivo por mais de 9 anos, um cara extremamente ciumento possessivo doentio eu diria. Nessa época eu ainda não entendia que tudo aquilo era errado, que eu era diariamente abusada por ele, achava que por ser meu namorado era normal tudo aquilo – minha família então entrou em alerta máxima, aquilo que eles achavam que não aconteceria, estava prestes a acontece.

 Conheci meu atual esposo, eu iria casar sair de casa como meus irmãos. Sabe aquela frase o mundo gira e coloca todo mundo no lugar? Pois, foi bem isso.  A vida deu um jeitinho de afastar de mim aquele relacionamento abusivo, e sim, os planos dos meus pais foram por água baixo, aquilo que eles achavam impossível de acontecer estava prestes a acontecer, eu me libertei daquele relacionamento tóxico, sai de casa encontrei o amor da minha vida, que me faz feliz todos os dias, que me ensinou o que é de fato um relacionamento. 

Hoje tenho uma vida independente da minha condição física. Eu peguei o príncipe do cavalo branco [risos] encontrei sim, o homem que me aceita do jeitinho que eu sou, não perfeita!  Como ninguém nesse mundo é, mas com um coração transbordando de amor para dar. Moral da história, o que eu quero dizer com tudo isso?  Que sim!  Ao contrário que a sociedade acha de nós, deficiência não nos impede de sermos atraente “sexy, de conquistar “alguém”, e de poder construir uma vida com o AMOR de nossas vidas. A sociedade tem que nos vêr como pessoas eficientes, normais e não como pessoas incapazes de sermos felizes. Todos os dias eu enfrento meus monstros internos, ninguém sabe, tem dias em que o cansaço me arranca lágrimas, tem dias que a esperança me acolhe em risos. Temos que ser gentis uns com os outros, respeitar mesmo o que não conseguimos entender, cada um sabe das batalhas que vence dentro de si.

Edição: Claudinha Sousa

 [email protected]/Instagram@claudinhasousadino

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