Diretrizes brasileiras para tratamento ambulatorial da COVID-19 são publicadas em revista científica internacional

Diretrizes brasileiras para tratamento ambulatorial da COVID-19 são publicadas em revista científica internacional

Pesquisadores do Hospital Moinhos de Vento integraram grupo com 37 especialistas de diferentes áreas para elaborar posicionamento sobre 10 tratamentos precoces.

Possíveis tratamentos para pacientes ambulatoriais com COVID-19 em fase inicial — apontados como uma intervenção precoce ao avanço da doença — foram analisados e discutidos por sete sociedades médicas brasileiras. Dez medicamentos e tecnologias foram avaliados e não tiveram eficácia e/ou segurança comprovadas. Os resultados apontaram, em todos os casos, a recomendação contrária ao uso dessas terapias. Entre as substâncias observadas estão a azitromicina, budesonida, corticosteróides, colchicina,  hidroxicloroquina e cloroquina. 

A pesquisa, realizada por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), contou com a participação de 37 especialistas de diferentes áreas médicas de todo o país. As atividades foram coordenadas pelo grupo de trabalho do Hospital Moinhos de Vento. A  revisão sistemática dos dados apresentados resultou no artigo “Diretrizes brasileiras para o tratamento de pacientes ambulatoriais com suspeita ou confirmação de COVID-19”, publicado no mês de março deste ano, na Revista Brasileira de Doenças Infecciosas, um periódico científico bimestral de relevância internacional. 

“Conquistamos algo incomum, que é conseguir a união de diferentes sociedades médicas na busca de um consenso, traduzido nestas diretrizes. Isso foi muito importante para dar uma resposta clara sobre o que fazer em relação aos pacientes com COVID-19 e, principalmente, o que não fazer”, explica o médico epidemiologista Maicon Falavigna.

Os padrões internacionais para elaboração de diretrizes clínicas foram seguidos na construção do guideline. Mas o especialista destaca que, para além da literatura científica, o grupo considerou também aspectos relevantes para o contexto brasileiro, como a disponibilidade de medicamentos, a aceitabilidade das intervenções pela população e pelos profissionais de saúde, e os custos associados.

O texto científico foi elaborado com o intuito de orientar os profissionais de saúde sobre o atendimento aos pacientes ambulatoriais com COVID-19, “considerando a fragilidade das evidências disponíveis sobre o assunto e a relevância que deve ser dada ao tema”, salienta a pesquisadora Verônica Colpani, líder do projeto “Diretrizes” do Hospital Moinhos de Vento. De acordo com os pesquisadores, as diretrizes podem ser revistas, à medida que novos tratamentos sejam desenvolvidos e avaliados.

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