Enchentes no Paquistão: um mar de inundações

Enchentes no Paquistão: um mar de inundações

A ajuda humanitária internacional começou a chegar ao Paquistão, mas milhões de pessoas que foram desalojadas por uma das piores inundações da história recente estão tendo dificuldades para receber ajuda.

A woman displaced by floods was about to burst into tears

A ministra de Estado das Relações Exteriores do Paquistão, Hina Rabbani Khar, chamou a situação de “crise apocalíptica”.

“Os mais pobres dos pobres que têm zero pegada de carbono estão no lado receptor desta crise climática”, disse Khar.

Um terço do Paquistão está submerso. Mais de mil pessoas morreram, e as autoridades dizem que o custo dos danos causados ​​pelas enchentes deve chegar a mais de US$ 10 bilhões (mais de R$ 50 bilhões).

Moradores de vilarejos atravessam as margens de um rio que transbordou segurando uma corda de segurança
Moradores de vilarejos enfrentam as águas da inundação a caminho das cidades em busca de terrenos mais elevados.
Um idoso sentado no meio de uma casa destruída por inundações
Tariq diz que algumas vítimas das enchentes se sentem sozinhas e abandonadas pela falta de ajuda.

“Não havia terra seca no cemitério. Estava debaixo d’água. Então decidimos enterrar os mortos em suas casas.”

Os corpos de algumas pessoas que se afogaram ainda não foram recuperados. Durante uma de suas missões de resgate, Tariq aprendeu como a falta de aviso sobre a chegada das chuvas que causaram as enchentes pode ter consequências trágicas.

“Vi uma criança de cinco anos coberta de lama em um dos vilarejos perto da nossa cidade. Fiquei sabendo pelos moradores há apenas algumas horas, que uma enchente devastou o local, e o menino tinha ficado preso na água ao lado do pai.”

“O pai de alguma forma conseguiu colocar a criança em segurança, mas no processo ele se afogou”, diz Tariq à BBC.

Os moradores conseguiram recuperar o corpo do pai, e Tariq foi informado de que o menino agora está seguro com a mãe.

“De 10 a 22 de agosto, enchentes inundaram nossa área. Mas a chuva parou por enquanto, e o nível da água está baixando”, explica Tariq.

Segundo ele, as pessoas dos vilarejos estão chegando agora às cidades para se abrigar, o que está aumentando a pressão sobre outras regiões não afetadas inicialmente pelas inundações.

Tariq conta que sua casa está com água na altura dos joelhos até agora, e que muitas outras pessoas estão vivendo em casas inundadas. Mas depois de um apagão de sete dias, o fornecimento de eletricidade foi felizmente retomado em seu bairro.

“Estamos usando as redes sociais para pedir às pessoas do nosso vilarejo que estão trabalhando no exterior que doem. Também estamos coletando itens de necessidade básica em nossa mesquita.”

BBC

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