O desafio de fortalecer a representatividade do cooperativismo

O desafio de fortalecer a representatividade do cooperativismo

A representação é uma das mais sofisticadas engrenagens das democracias modernas. Por isso, escolher deputados e senadores que levantam a bandeira do cooperativismo é uma forma de fortalecer o movimento não apenas em período eleitoral, mas ao longo de todo o mandato. No Brasil, 12,4% dos parlamentares hoje no Congresso são associados a pelo menos uma cooperativa. É uma fatia considerável e equivale a um grande partido, mas o desafio é fazê-la crescer ainda mais.

MARCELO VIEIRA MARTINS – CEO da Unicred União.

Para ampliar a representatividade política do movimento cooperativista em Brasília, nos estados e nos municípios, o Sistema OCB lançou o Guia do Programa de Educação Política para o Cooperativismo Brasileiro – Eleições 2022. A iniciativa tem a parceria da Frente Parlamentar do Cooperativismo Brasileiro (Frencoop), a voz das cooperativas no Congresso Nacional. A ideia é conscientizar cooperados, dirigentes do setor e comunidades sobre a importância da representação política e o impacto das políticas públicas na nossa vida.

Não é preciso ter profundo conhecimento de história para identificar no Brasil e no mundo ao longo dos tempos os resultados práticos da representatividade política. Setores econômicos, entidades de classe, grupos com afinidade cultural ou religiosa, minorias que se mobilizam e até eleitores identificados pela paixão clubística no futebol são capazes de eleger representantes e encaminhar temas de seu interesse. É jogar dentro das regras democráticas e é assim que as sociedades amadurecem.

Mas, na prática, como fazer isso? O guia para fortalecer a representação do cooperativismo aponta vários caminhos. Como gosto de atitudes práticas, selecionei algumas ações propostas no texto, a meu ver todas ao alcance de cada cooperativa:

1.    Formular e apresentar propostas para candidatos na sua região.

2.    Estimular a formação de lideranças cooperativistas, inclusive grupos de jovens e mulheres.

3.    Criar canais de comunicação para compartilhar informações sobre eleições e candidatos (aqui acrescento um cuidado: só compartilhar informações checadas para evitar a armadilha das fake news que enfraquecem a democracia).

4.    Promover cursos e palestras sobre educação política e legislação eleitoral.

5.    Organizar encontros regionais com candidatos cooperativistas.

6.    Apoiar movimentos em prol do voto em candidatos cooperativistas.

7.    Estabelecer diálogo com partidos e candidatos para incluir o cooperativismo em suas plataformas.

8.    Redigir cartas de compromisso com o cooperativismo.

Quem me conhece sabe que respeito todas as visões políticas, desde que articuladas com argumentos e civilidade. Sabe também que não tenho nenhuma inclinação para militar um dia no front político. Mas sei reconhecer e destacar as boas iniciativas para fortalecer o cooperativismo, essa forma de organização humana capaz de gerar soluções através do trabalho e da união. Esta é uma delas.

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